sexta-feira, maio 29, 2020

Morre o músico cearense Evaldo Gouveia, aos 91 anos


Morreu, nesta sexta-feira (29), o músico compositor, cantor e violonista cearense Evaldo Gouveia. A informação foi confirmada pelo biógrafo do artista, Ulysses Gaspar. Autor de "Sentimental Demais" e do samba-enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha", dentre outras canções que ganharam espaço na memória dos ouvintes dos tempos áureos do rádio até cá, Evaldo Gouveia teve sua obra bastante interpretada e revisitada. O estouro de seu repertório, na frequência radiofônica, foi impulsionado pela voz de cantores como Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Alaíde Costa e Maysa Monjardim. Antes de emplacar carreira solo, o cearense fez parte de formações como a do lendário Trio Nagô, ao lado de Mário Alves e Epaminondas Souza. A relação com Altemar Dutra (1940-1983), em especial, marcou o ápice da carreira de Evaldo Gouveia. O cearense levou Dutra às boates de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), e o sucesso do cantor mineiro, interpretando as composições de Evaldo, levou ambos ao auge. Natural de Orós (CE), Evaldo nasceu no dia 8 de agosto de 1928 e tinha a memória identificada com o município de Iguatu (CE), para onde a família do artista se mudou quando ele tinha apenas três meses de idade.

O compositor é referência da MPB da era do rádio, período que teve seu auge nas décadas de 1940 e 50 no Brasil. A consagração no Rio de Janeiro teve sua base, no final da década de 1940, na reputação de Evaldo Gouveia pelo circuito de bares de Fortaleza e pelas premiações em programas de calouros da extinta Ceará Rádio Clube. Foi depois dessa fase que o cearense ajudou a fundar o Trio Nagô. Com o grupo, o cearense trilhou um amplo circuito de shows. O trio fez sucesso no programa do radialista César de Alencar (uma espécie de "Faustão" do rádio), na Rádio Nacional (RJ). Nelson Gonçalves deu fôlego à repercussão de "Deixe que ela se vá", música do Nagô. E nasceram, neste período, da primeira metade da década de 1950, composições como "Somos Iguais", "Serenata da Chuva" e "Sentimental Demais". "O Mundo Melhor de Pixinguinha", em parceria com Jair Amorim, virou samba-enredo da Portela em 1974, e Evaldo ainda criou as chamadas "marchas-rancho", a exemplo de "Bloco da Solidão", celebrada nos bailes durante os anos de 1970. (DN)

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