O Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes por coronavírus. A triste posição no ranking foi obtida nesta sexta-feira, dia 12, quando o País alcançou o total de 41901 óbitos e 829802 pessoas infectadas, segundo levantamento conjunto feito pelos veículos de comunicação Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL. Em comparação com o levantamento da Universidade Johns Hopkins, o Brasil ultrapassou o Reino Unido, que registra 41566 óbitos. Os Estados Unidos continuam no topo do ranking com 114.195 mortes. Segundo balanço da OMS, o Brasil já ocupava a segunda posição no ranking de casos. Dados atualizados até as 20h desta sexta-feira mostram que, nas últimas 24 horas, foram registrados 843 novos óbitos e 24255 casos de contaminação pela covid-19 no Brasil.
Com mais de 10 mil mortes, São Paulo continua sendo o Estado mais afetado pelo vírus. A elevação do número de óbitos acontece em um momento de flexibilização da quarentena e retomada das atividades econômicas. Nesta quinta-feira, por exemplo, os shoppings centers foram autorizados a iniciar a retomada em horário reduzido e com o cumprimento de inúmeras medidas preventivas. O Rio de Janeiro é o segundo Estado com mais vítimas fatais. Em terceiro vem o Ceará. O Estado com menos mortes é o Mato Grosso do Sul, com 25 óbitos registrados até agora. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os jornalistas dos seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, o que ocorreu a partir da semana passada. Mesmo com o recuo do Ministério da Saúde, que voltou a divulgar o consolidado de casos e mortes, o consórcio dos veículos de imprensa continua com o objetivo de informar os brasileiros sobre a evolução da covid-19 no País, cumprindo o papel de dar transparência aos dados públicos. Nesta sexta-feira, a pasta informou, por volta das 18h30, que o Brasil contabilizou 909 óbitos e mais 25982 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, no total são 828.810 casos confirmados e 41828 mortes causadas pelo coronavírus.
Estratégias equivocadas
Especialistas apontam que o altíssimo número de mortes nos dois países, Brasil e Reino Unido, os dois únicos com mais de 40 mil mortes além dos Estados Unidos, indica estratégias equivocadas no enfrentamento da pandemia. O microbiólogo e virologista Rômulo Neris, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que o Reino Unido mudou de estratégia com o aumento do número de casos. “Eles abriram mão dos planos de contenção no início da pandemia. Isso custou milhares de vidas. O país mudou a perspectiva com o agravamento da pandemia e adotou o lockdown”, diz o especialista. “O Brasil adotou postura negacionista. As medidas de controle não foram estabelecidas e o isolamento social não teve o suporte das autoridades. É o único País que discute a reabertura e flexibilização ainda durante o aumento de crescimento de casos”, diz o especialista que atuou como pesquisador visitante da Universidade da Califórnia até março, mas decidiu voltar ao País para ajudar no enfrentamento da pandemia. Passaram-se 53 dias desde a primeira morte até o País atingir 10 mil óbitos (entre 17 de março e 9 de maio). Pouco mais de mês depois, o Brasil ultrapassa os 40 mil mortos em decorrência da covid-19. O virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que atua no Centro de Tecnologia de Vacinas e no Departamento de Microbiologia da UFMG, destaca que os dois países estão em momentos diferentes da pandemia. “Desde o crescimento do número de fatalidades no Reino Unido, eles adotaram medidas importantes que promoveram a queda da transmissão comunitária. Ela está em franca diminuição ou na curva descendente. No Brasil, ainda não alcançamos o pico. A curva continua crescente. Há aumento diário no número de casos e não há sinal de decréscimo”, prevê o especialista que tem realizado estudos para melhorar o diagnóstico da infecção pelo coronavírus. Fonseca aponta uma diferença significativa entre os dois países: a taxa de mortalidade por covid-19 é maior na Inglaterra. Entre as razões estão as diferenças demográficas, pois a população de idosos no Reino Unido é maior que no Brasil. Néri lembra a questão da subnotificação, um problema recorrente no País desde o início da pandemia, e a falta de testagem suficiente. Lessandra Michelin, infectologista e diretora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), acrescenta outro fator que mostra erro de estratégia dos ingleses. “No início, os ingleses permitiram a circulação de jovens, mas promoveram o isolamento de grupos de riscos e idosos. Esses jovens voltaram para casa e acabaram contaminando o restante da família. Quando perceberam, boa parte do grupo de risco já estava contaminado. Apesar de isolado, ele foi exposto”, diz a especialista. Os especialistas concordam que o avanço da pandemia no País é uma incógnita. Néri aponta que é difícil prever o número de casos e a chegad ao pico, dada a subnotificação. Estudos apontam que o número de casos deve ser entre seis e sete vezes maior. “As estimativas mais recentes é que teremos julho e agosto em mais de cinco mil mortes por dia de covid-19”, opina. “Certamente vamos passar de um milhão de casos”, completa Fonseca.
Com mais de 10 mil mortes, São Paulo continua sendo o Estado mais afetado pelo vírus. A elevação do número de óbitos acontece em um momento de flexibilização da quarentena e retomada das atividades econômicas. Nesta quinta-feira, por exemplo, os shoppings centers foram autorizados a iniciar a retomada em horário reduzido e com o cumprimento de inúmeras medidas preventivas. O Rio de Janeiro é o segundo Estado com mais vítimas fatais. Em terceiro vem o Ceará. O Estado com menos mortes é o Mato Grosso do Sul, com 25 óbitos registrados até agora. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os jornalistas dos seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, o que ocorreu a partir da semana passada. Mesmo com o recuo do Ministério da Saúde, que voltou a divulgar o consolidado de casos e mortes, o consórcio dos veículos de imprensa continua com o objetivo de informar os brasileiros sobre a evolução da covid-19 no País, cumprindo o papel de dar transparência aos dados públicos. Nesta sexta-feira, a pasta informou, por volta das 18h30, que o Brasil contabilizou 909 óbitos e mais 25982 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, no total são 828.810 casos confirmados e 41828 mortes causadas pelo coronavírus.
Estratégias equivocadas
Especialistas apontam que o altíssimo número de mortes nos dois países, Brasil e Reino Unido, os dois únicos com mais de 40 mil mortes além dos Estados Unidos, indica estratégias equivocadas no enfrentamento da pandemia. O microbiólogo e virologista Rômulo Neris, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que o Reino Unido mudou de estratégia com o aumento do número de casos. “Eles abriram mão dos planos de contenção no início da pandemia. Isso custou milhares de vidas. O país mudou a perspectiva com o agravamento da pandemia e adotou o lockdown”, diz o especialista. “O Brasil adotou postura negacionista. As medidas de controle não foram estabelecidas e o isolamento social não teve o suporte das autoridades. É o único País que discute a reabertura e flexibilização ainda durante o aumento de crescimento de casos”, diz o especialista que atuou como pesquisador visitante da Universidade da Califórnia até março, mas decidiu voltar ao País para ajudar no enfrentamento da pandemia. Passaram-se 53 dias desde a primeira morte até o País atingir 10 mil óbitos (entre 17 de março e 9 de maio). Pouco mais de mês depois, o Brasil ultrapassa os 40 mil mortos em decorrência da covid-19. O virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que atua no Centro de Tecnologia de Vacinas e no Departamento de Microbiologia da UFMG, destaca que os dois países estão em momentos diferentes da pandemia. “Desde o crescimento do número de fatalidades no Reino Unido, eles adotaram medidas importantes que promoveram a queda da transmissão comunitária. Ela está em franca diminuição ou na curva descendente. No Brasil, ainda não alcançamos o pico. A curva continua crescente. Há aumento diário no número de casos e não há sinal de decréscimo”, prevê o especialista que tem realizado estudos para melhorar o diagnóstico da infecção pelo coronavírus. Fonseca aponta uma diferença significativa entre os dois países: a taxa de mortalidade por covid-19 é maior na Inglaterra. Entre as razões estão as diferenças demográficas, pois a população de idosos no Reino Unido é maior que no Brasil. Néri lembra a questão da subnotificação, um problema recorrente no País desde o início da pandemia, e a falta de testagem suficiente. Lessandra Michelin, infectologista e diretora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), acrescenta outro fator que mostra erro de estratégia dos ingleses. “No início, os ingleses permitiram a circulação de jovens, mas promoveram o isolamento de grupos de riscos e idosos. Esses jovens voltaram para casa e acabaram contaminando o restante da família. Quando perceberam, boa parte do grupo de risco já estava contaminado. Apesar de isolado, ele foi exposto”, diz a especialista. Os especialistas concordam que o avanço da pandemia no País é uma incógnita. Néri aponta que é difícil prever o número de casos e a chegad ao pico, dada a subnotificação. Estudos apontam que o número de casos deve ser entre seis e sete vezes maior. “As estimativas mais recentes é que teremos julho e agosto em mais de cinco mil mortes por dia de covid-19”, opina. “Certamente vamos passar de um milhão de casos”, completa Fonseca.
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