Na manhã desta terça-feira (23), um novo manifesto - com interdição da rodovia Ilhéus-Itacaré - foi realizado pro moradores da região litorânea de Mamoan, zona norte de Ilhéus, contrários a implantação do Centro de Acolhimento de doentes da Covid-19, em um hotel da localidade. A pressão não vai adiantar. Há pouco, o secretário Geraldo Magela confirmou ao Jornal Bahia Online que o centro de acolhimento deverá funcionar ainda esta semana e que a decisão do local está mantida. "O Projeto do Abrigo Covid destina-se a instalação de um abrigo para pessoa em situação de vulnerabilidade. Ampliar e isolar o atendimento à saúde através de um tratamento diferenciado das pessoas com vulnerabilidade social do município de Ilhéus. Através de profissionais capacitados e dedicados ao melhor atendimento, Ilhéus garantirá a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde melhorando o cuidado ao usuário através do acolhimento e classificação do risco de atendimento na região sul da Bahia", afirma Magela.
A capacidade prevista no Abrigo de Campanha será de 140 leitos. O imóvel deve possuir quartos individualizados, com boa ventilação natural, com capacidade para 140 (cento e trinta) pessoas, 03 (três) leitos por quarto, banheiro, camas de solteiro, TV nos quartos, área de lazer, refeitório e restrição de acesso, lavanderia própria capacitada para desinfecção de roupas contaminadas ou lavanderia terceirizada; local apropriado para acondicionar lixo simples e infectado. O hotel deve oferecer um quadro de funcionários para elaborar e dispensar as refeições, promover a lavagem e desinfecção das roupas, recepcionista e segurança. Deve ainda oferecer 06 (seis) refeições diárias, incluindo café da manhã, lanche matinal, almoço, lanche vespertino, jantar e ceia que deverão seguir as normas nutricionista e sanitárias orientadas por profissional habilitado. O internado vai receber uma ajuda financeira do Estado durante o período de recuperação. Os moradores da região são contrários à implantação em Mamoan, considerando que no local moram muitos idosos e o hotel não tem condições sanitárias para abrigar uma ação tão complexa quanto essa. A comunidade ingressou no Ministério Público do Estado da Bahia, questionando a escolha do local, feita pela Prefeitura. De acordo com o documento encaminhado ao MP, ao longo deste periodo a comunidade alega não ter obtido dialogo propositivo com o poder publico, mas com apoio de algumas personalidades da sociedade civil organizada, atuou junto as redes sociais apontando os diversos pontos negativos de ordem técnica e, o mais importante, a insatisfação da população local, que há muito vem abandonada com ausência de politicas publicas, principalmente na área da saúde publica. "Mesmo diante de todas as tratativas e demonstração de não haver nenhuma condição para instalação desse centro de acolhimento em nossa região, fomos surpreendidos pela edição do decreto municipal nº043/2020 datado de 10 de junho de 2020, edição 121, Caderno I, que determinou a requisição administrativa do imóvel Hotel Village Manoan, bem como dos bens e equipamentos, de forma açodada, sem respeitar as restrições e/ou impedimentos legais", afirma o requerimento. Dentre os impedimentos os moradores citam:
- Ocorre problemas ambientais com a falta de saneamento básico, utilizando o sistema de fossa sépticas tradicionais, não aceitáveis por empreendimentos turísticos, sob o risco de contaminação do ecossistema da região da mamoan, por se tratar de uma Área de Preservação Permanente APP
- Não existe sistema de abastecimento de agua potável, como será processado a logística de abastecimento?
- Não existe coleta regular de resíduos sólido convencional, como serão processados resíduos especiais?
- E o que podemos considerar mais grave. O imovel, Hotel Vilage Mamoan, encontra-se com restrições ambientais e sanitárias, conforme o exposto no Diário Oficial de Ilhéus,portaria 094 de 21 de março de 2017, onde o mesmo teve sua licença ambiental indeferida.
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