Morreu, na última sexta-feira (5), a cantora Dulce Nunes, aos 90 anos, vítima de complicações derivadas de uma infecção pelo novo coronavírus. Nome da cena musical da década de 1960, a artista se projetou na indústria fonográfica depois de protagonizar "Pobre menina rica", em 1963, espetáculo com composições de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes arranjadas por Antonio Carlos Jobim — à época, o papel principal também havia sido disputado por Elis Regina. Com passagem pelo cinema nos anos 1950, a então jovem carioca, que se dividia entre a interpretação artística e o canto, se consagrou como voz musical ao lançar os discos "Dulce" (1965) e "Samba do escritor" (1968), ambos pela gravadora Forma. Nessa mesma década, em 1964, ela gravou as músicas do espetáculo "Pobre menina rica", cuja trilha sonora legou canções emblemáticas, como "Maria Moita", "Primavera" e "Samba do carioca". Entre os lançamentos desses álbuns, Dulce ainda participou do antológico "Os afro-sambas" (1966), de Baden Powell e Vinicius de Moraes, na faixa "Tristeza e solidão". Na casa na Gávea, na Zona Sul do Rio, onde morava com o marido, o pianista Bené Nunes (1920-1997), a carioca promoveu encontros musicais concorridos com artistas e compositores da bossa nova. Com o pianista e arranjador Egberto Gismonti, Dulce Pinto Bressane, seu nome de batismo, consolidou uma prolífica parceria artística a partir dos anos 1970, tornando-se produtora e sócia no gerenciamento do selo Carmo e da empresa Carmo Produções Artísticas.
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