Pouco mais de quatro meses após registrar seu primeiro óbito por covid-19, o Brasil ultrapassou nesta quarta-feira, 29, a triste marca de 90 mil vidas perdidas pela doença. Em 134 dias, houve o registro de que 90.188 óbitos no País em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. Hoje o Brasil também registrou mais de 2,5 milhões de casos confirmados da doença. O Brasil completou seis semanas com média diária de mortes pelo novo coronavírus igual ou superior a mil. Nos últimos sete dias, foram 1.043 óbitos e 46.235 novos casos, segundo dados do levantamento realizado pelo consórcio de veículos da imprensa que reúne Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e Uol. O País registrou nesta quarta-feira, 29, 1554 mortes e 70.869 novas infecções de coronavírus nas últimas 24 horas, os números são os maiores registrados no período, desde o início da pandemia no País. O balanço mais recente do Ministério da Saúde mostra ainda que 1.787.419 pessoas já se recuperaram do coronavírus em todo o País. No total, 2.555.518 pessoas foram infectadas. O Brasil o segundo país com mais casos de covid-19 no mundo. Só perde para os Estados Unidos, que somam 4.401.599 contaminações confirmadas, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. O terceiro país mais afetado é a Índia, com 1.531.669 casos. Os três juntos são responsáveis por quase metade de todos os casos registrados no mundo.
O avanço do novo coronavírus pelos Estados também mudou no último mês: principalmente as regiões Sul e Centro-oeste passaram a registrar um crescimento acelerado da pandemia, enquanto os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, epicentros impactados desde o início, passaram por semanas de ligeira desaceleração. Especialista em geografia da saúde da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Raul Borges Guimarães afirma que a covid-19 chegou praticamente a todos os cantos do País. “Temos várias epidemias dentro de um único País e ocorrendo ao mesmo tempo. Neste momento, a gente percebe uma aceleração muito forte em Santa Catarina, Goiás e no Mato Grosso do Sul, com um número muito alto de casos” explica Guimarães. Segundo Guimarães, na escala que o Brasil atingiu, até chegar conseguir chegar a um processo de desaceleração, muitas vidas serão perdidas. “Não se reduz drasticamente de um dia para o outro os números. O Brasil está condenado a ter um volume de mortos, dos mais altos do mundo, por conta desse ritmo que a gente não conseguiu controlar”. Enquanto o Brasil atinge 2,5 milhões de casos, o Ministério da Saúde completa mais de dois meses sem ministro. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia. O órgão informou, no início da noite desta quarta-feira, que o Brasil contabilizou 1.595 óbitos e mais 69.074 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, no total são 90.134 mortes e 2.552.265 casos confirmados pelo coronavírus. O número é diferente do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
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