quinta-feira, agosto 13, 2020

Cães e cavalos no combate a pandemia

Pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), na Zona Norte do Recife, lideram, no Brasil, um estudo internacional que utiliza cães para identificar de forma precoce a Covid-19 pelo cheiro do doente. A equipe pretende comprovar que os cachorros treinados têm capacidade para distinguir a diferença do odor de um infectado do exalado por uma pessoa sem a doença provocada pelo novo coronavírus. A pesquisa está sendo realizada com a Escola Nacional Veterinária de Alfort, na França.
O estudo tem três fases distintas, sendo que a última prevê o uso dos cães para detectar a Covid-19 em locais com grande aglomeração de pessoas, como shoppings, teatros e shows. A iniciativa integra o Projeto Internacional Nosaïs. Estão sendo usados cães da instituição Amarante do Brasil, que financia o material e treina os animais. O treinamento dos cachorros é realizado pelo instrutor Jorge Pereira. Enquanto isso, um estudo realizado no Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostrou que soros produzidos por cavalos para o tratamento da Covid-19 podem ter até 100 vezes mais potência em termos de anticorpos neutralizantes do vírus gerador da doença do que os plasmas de pessoas que já tiveram a doença. Plasma sanguíneo é a parte líquida do sangue e corresponde a 55% do volume total. Nele, proteínas, sais minerais, gás carbônico e outras substâncias estão dissolvidos em água. plasma sanguíneo é a parte líquida do sangue e corresponde a 55% do volume total. Nele, proteínas, sais minerais, gás carbônico e outras substâncias estão dissolvidos em água. O experimento começou em maio com cinco cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB). Os animais foram inoculados com a proteína S recombinante do novo coronavírus, produzida no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) e, após 70 dias, os plasmas dos equinos foram avaliados. O soro dos cavalos é considerado hiperimune. Os resultados causaram surpresa nos pesquisadores. Quatro dos cinco equinos responderam muito rapidamente. O coordenador do projeto, Jerson Lima Silva , explicou que outra vantagem do estudo é que ele é complementar às possibilidades de vacinas contra o vírus. A ideia é que o soro produzido a partir dos plasmas dos equinos inoculados seja usado como tratamento, por meio de uma imunoterapia, ou imunização passiva. A vacina seria complementar. “A gente está bem otimista. Mas essa é uma etapa que tem de ser feita”, disse Silva. Diante dos bons resultados o experimento terá o pedido de patente para garantia do processos tecnológico brasileiro.O trabalho científico envolve parceria da UFRJ, IVB, Coppe/UFRJ e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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