segunda-feira, novembro 23, 2020

PF faz apreensão bilionária na BA e mais nove Estados

A Polícia Federal comemorou o “dia histórico” em coletiva sobre a Operação Enterprise, de combate ao tráfico internacional de drogas, na manhã desta segunda-feira (23). Isso porque mais de R$ 1 bilhão em bens foram apreendidos. Essa é a maior operação contra lavagem de dinheiro do tráfico de drogas de 2020. Em Santa Catarina foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Balneário Camboriú, Brusque e Itajaí, e outros dois de prisão em Balneário Camboriú e Rio do Sul. A operação também fez apreensões no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco e em países da Europa. As medidas foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba. Entre os bens retidos, estão veículos e imóveis de luxo avaliados em mais de dois milhões de euros, e 37 aeronaves, uma delas avaliada em R$20 milhões. A sede da organização criminosa investigada fica no Brasil, mas possui ramificações em vários países, atuando no envio de cocaína pelo mar. A maioria da carga parte do Porto de Paranaguá, no Paraná, e é enviada para países da Europa e da África. Em Lisboa, Portugal, policiais federais encontraram ainda 11 bilhões de euros dentro de malas guardadas em uma van. Segundo a PF, “É tanto dinheiro que demonstra a impunidade que essas organizações criminosas acreditam ter”. A operação cumpriu 215 mandados judiciais, sendo 66 de prisão e 149 de busca e apreensão em Santa Catarina e em outros nove Estados. A PF teve apoio ainda da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) e da Europol (Departamento Europeu de Polícia). De acordo com a PF, eram usadas “laranjas” e empresas fictícias para operar o esquema de lavagem de ativos multimilionários no Brasil e no exterior. A Interpol ainda emitiu difusões vermelhas, para a extradição de oito investigados que estão no exterior, em como a identificação e retenção de bens em outros países. Segundo o chefe do escritório de pesquisa e investigação da 9ª região fiscal, Edson Shinya Suzuki, a colaboração entre a Receita Federal e a PF foi crucial para a operação, e que as organizações criminosas “estão cada vez mais especializadas”. A operação iniciou depois de uma apreensão no Porto de Paranaguá, em 2017. Foram três anos de investigações. O nome “Enterprise” faz alusão à dimensão da organização criminosa, que atua como uma grande empresa internacional de lavagem de dinheiro e exportação de cocaína. Elvis Secco, coordenador nacional da CGPRE (Coordenadoria de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas da Polícia Federal), afirma que os traficantes estão na elite, e não nas periferias. A PF formou uma rede de cooperação internacional para a investigação. “Estamos trocando informações de alto nível com a Europa, Ásia, África. Nós não queremos simplesmente informações sobre quem foi preso com a droga, queremos mais, queremos o dono da droga“, ressalta. A operação deflagrada hoje foi, para a PF, histórica e capaz de “arrebentar” com a estrutura das grandes organizações criminosas.

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