sábado, novembro 28, 2020

PF prende em Portugal líder do grupo que atacou sistemas TSE

A Polícia Federal (PF) realiza neste sábado (28), uma operação para desarticular o grupo responsável por um ataque contra os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um suspeito foi preso em Portugal, com cooperação da polícia portuguesa. A operação ocorre na véspera do segundo turno das eleições municipais. Segundo a PF, o hacker preso em Portugal seria o líder do grupo e teria atuado em conjunto com ao menos três brasileiros na invasão de dados do TSE e divulgação desses dados no dia do primeiro turno da eleição, com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral brasileiro. Também estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão em São Paulo e em Minas Gerais, contra os hackers brasileiros. Os mandados cumpridos no Brasil foram expedidos pela 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, após pedido da PF e parecer favorável do Ministério Público. A Justiça também proibiu que os três alvos brasileiros mantivessem contato entre si. Segundo fontes, a PF não chegou a pedir prisão dos brasileiros porque a legislação eleitoral impede a realização de prisões no período dos cinco dias anteriores ao pleito. Com o avanço das investigações, novas cautelares podem ser solicitadas contra os hackers. A abertura da investigação foi anunciada no dia do primeiro turno, após hackers divulgarem informações de funcionários do TSE. Os crimes apurados são de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa, ambos previstos no Código Penal, além de outros previstos no Código Eleitoral e na Lei das Eleições. A corporação ressaltou que não foi identificado nenhum elemento que possa ter prejudicado a integridade do processo de votação brasileiro. A operação foi batizade de "Exploit". De acordo com a PF, o termo "é uma parte de software, um pedaço de dados ou uma sequência de comandos que tomam vantagem de um defeito a fim de causar um comportamento acidental ou imprevisto no software ou hardware de um computador ou em algum dispositivo eletrônico". Além dessa investigação, há uma investigação preliminar em tramitação na Procuradoria-Geral da República (PGR) que apura a atuação de parlamentares em ataques às urnas eletrônicas nas redes sociais no dia da eleição. Após a invasão hacker, parlamentares e bolsonaristas passaram a divulgar o assunto nas redes e vinculá-lo a uma suposta vulnerabilidade das urnas eletrônicas, que não existe. (G1)

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