O Ministério da Saúde decidiu não incorporar a nitazoxanida (vermífugo também conhecido comercialmente como Annita) aos protocolos de tratamento da Covid-19, mesmo depois de o governo ter anunciado que o medicamento poderia "salvar vidas". Em resposta a um pedido de informações da Câmara dos Deputados, o ministério informou não ter planos de distribuir o remédio na rede pública. Em outubro, o governo promoveu uma solenidade do Palácio do Planalto para apresentar o que seriam os resultados de uma pesquisa financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia sobre tratamento precoce com a nitazoxanida. A apresentação não trazia números detalhados porque, segundo o governo, ainda aguardava publicação em revistas científicas. O governo investiu R$ 5 milhões na pesquisa. Durante a cerimônia, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michelle, foi exibido um vídeo que mostraria a trajetória dos estudos, mas o gráfico exibido sem dados era idêntico ao disponível no serviço de banco de imagens ShutterStock. As imagens foram exibidas quando o narrador afirmava que "a missão dada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação foi cumprida" e "o resultado comprovou de forma científica a eficácia do medicamente na carga viral". Em discurso, o ministro Marcos Pontes disse que o remédio "reduz o contágio entre as pessoas, diminui a probabilidade de agravamento de sintomas”. "Temos uma ferramenta que o Ministério da Saúde pode usar para salvar vidas", afirmou o ministro. Quanto à inclusão do medicamento em protocolos, Pontes disse na solenidade: “Nós estamos passando o bastão para o Ministério da Saúde, para o general Pazuello [ministro da Saúde] dar continuidade ao trabalho". (Efe)
terça-feira, janeiro 12, 2021
Governo perde R$ 5 milhões com Annita ´para salvar vidas´
O Ministério da Saúde decidiu não incorporar a nitazoxanida (vermífugo também conhecido comercialmente como Annita) aos protocolos de tratamento da Covid-19, mesmo depois de o governo ter anunciado que o medicamento poderia "salvar vidas". Em resposta a um pedido de informações da Câmara dos Deputados, o ministério informou não ter planos de distribuir o remédio na rede pública. Em outubro, o governo promoveu uma solenidade do Palácio do Planalto para apresentar o que seriam os resultados de uma pesquisa financiada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia sobre tratamento precoce com a nitazoxanida. A apresentação não trazia números detalhados porque, segundo o governo, ainda aguardava publicação em revistas científicas. O governo investiu R$ 5 milhões na pesquisa. Durante a cerimônia, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e da primeira-dama Michelle, foi exibido um vídeo que mostraria a trajetória dos estudos, mas o gráfico exibido sem dados era idêntico ao disponível no serviço de banco de imagens ShutterStock. As imagens foram exibidas quando o narrador afirmava que "a missão dada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação foi cumprida" e "o resultado comprovou de forma científica a eficácia do medicamente na carga viral". Em discurso, o ministro Marcos Pontes disse que o remédio "reduz o contágio entre as pessoas, diminui a probabilidade de agravamento de sintomas”. "Temos uma ferramenta que o Ministério da Saúde pode usar para salvar vidas", afirmou o ministro. Quanto à inclusão do medicamento em protocolos, Pontes disse na solenidade: “Nós estamos passando o bastão para o Ministério da Saúde, para o general Pazuello [ministro da Saúde] dar continuidade ao trabalho". (Efe)
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