Âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner leu um longo texto sobre os riscos do tratamento precoce contra a Covid-19. O jornalista fez a introdução para uma reportagem sobre o tema e apontou que o presidente Jair Bolsonaro e o próprio Ministério da Saúde já fizeram uma defesa à prática. "Isso acabou se tornando um problema adicional para os médicos na pandemia", disse. "O laboratório Merck Sharp and Dohme, que fabrica o medicamento Ivermectina, soltou uma nota em que declara que não existe base científica que indique efeitos terapêuticos desse medicamento contra a Covid-19 em estudos pré-clínicos. Ou seja, em testes com cobaias, como camundongos, por exemplo", começou Bonner. "O laboratório declarou também que não existem evidências significativas de eficácia clínica em pessoas que contraíram o coronavírus. A ivermectina é indicada para o combate de verminoses e piolho também. A Anvisa já declarou que esse medicamento deve ser usado apenas para este fim, como consta na bula", explicou o âncora. Na sequência, William Bonner mencionou as consequências da recomendação do tratamento precoce contra a Covid-19 por autoridades do Executivo Federal. "O presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde estimularam o consumo desse medicamento. E de outros, que não têm eficácia, como um suposto tratamento precoce da Covid. E isso acabou se tornando um problema adicional para os médicos na pandemia, como a gente vê na reportagem", chamou o apresentador do Jornal Nacional. A reportagem de Ben-Hur Correia mostrou os riscos da automedicação, com estudos de associações médicas e entrevistas com especialistas. O conteúdo também contou casos de pacientes que sofreram consequências negativas pelo uso de remédios por conta própria. Além disso, apontou momentos em que Bolsonaro e o ministro Eduardo Pazuello defenderam a prática. "O governo federal deve fazer um mea-culpa. Se não quiser falar que errou, pelo menos mudar a sua conduta. Pare de dizer que a cloroquina vai salvar vidas e evitar doença", declarou Clovis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectlogia, durante a reportagem. (Daniel Castro)
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