quarta-feira, março 24, 2021

Anvisa libera testes do soro do Butantan contra covid

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou nesta quarta-feira (24) a realização de testes em humanos do soro contra o novo coronavírus produzido pelo Instituto Butantan. O instituto ainda precisa apresentar informações complementares à agência, que afirma não ter recebido integralmente todo o material necessário. Assim como em uma iniciativa no Rio e pesquisas em outros países como na Argentina, o soro é desenvolvido a partir do plasma de cavalos. Segundo o diretor, o estudo se mostrou seguro e efetivo nos testes pré-clínicos, feitos em camundongos e coelhos. "Está mostrando resultados extremamente promissores. Esperamos que a mesma efetividade seja mostrada nesses estudos clínicos", afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes no início do mês. Ao todo, três mil frascos estão prontos para iniciar o estudo clínico e mais três mil prontas para envasar, que será realizado em pacientes transplantados do Hospital do Rim e com comorbidades do Hospital de Clínicas, ambos da capital paulista, nos quais serão conduzidos, respectivamente, pelos médicos José Medina e Esper Kallas. Ao longo do estudo, foi constatada a diminuição da inflamação dos pulmões de hamsters após um dia de tratamento, o que pode contribuir na redução da letalidade da covid-19. "Esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos, que poderão ser autorizados na próxima semana para ter o seu início", destacou o diretor. Segundo o Butantan, o objetivo do soro anti-covid é amenizar os sintomas da doença nas pessoas já infectadas. Ele não é capaz de prevenir a doença. A ideia é que o soro contribua para reduzir a letalidade de casos do novo coronavírus. Os estudos estão sendo conduzidos pelos médicos Ésper Kallas e José Medina, membros do Centro de Contingenciamento da covid-19 em São Paulo. Outros estudos sobre o tema tiveram resultados satisfatórios até o momento. Na Argentina, o estudo clínico com plasma foi feito com 160 pacientes pela Fundação Infant e mostrou que a administração precoce em idosos com infecção moderada reduziu a progressão da covid-19. Nenhum evento adverso foi observado.

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