Os municípios de Itabuna e Ilhéus receberam, em 2020, 479,8 milhões de reais dos três programas de renda (BPC, Bolsa Família e Auxílio Emergencial). Ilhéus ficou com 241,7 milhões e Itabuna, 238,1 milhões. Esse volume de recursos monetários dos 3 programas sociais nos dois municípios ficou muito próximo de toda a arrecadação tributária própria da RI Ilhéus-Itabuna em 2020, formada por 51 municípios (R$ 546,2 milhões). A análise comparativa dos dados das empresas e do mercado de trabalho mostraram acima que os bons resultados das empresas em 2020 comparado a 2019 não se refletiram no mercado de trabalho para o mesmo período.
A Lei da Liberdade Econômica e o auxílio emergencial, em particular, estimularam a atividade econômica, mas não promoveram aumento ou recuperação dos empregos perdidos; na nossa interpretação, apenas atenuaram uma possível escalada vertiginosa da queda do emprego e o aprofundamento da crise que já vem assolando a região, independente da pandemia. A análise comparativa dos dados das finanças com os programas sociais, mostram o papel fundamental no Estado de bem-estar social. Não é o estado de bem-estar social que se espera, ancorado nas políticas públicas de direitos do trabalho, da previdência e da saúde e direitos humanos em geral, mas o estado de bem-estar social “forçado” pelas urgências e carências de uma sociedade em situação de pobreza e extrema-pobreza, alastradas pela crise estrutural do capital e pela crise conjuntural decorrente da pandemia. Outra conclusão que tiramos desses dados é que, no geral, a crise econômica e do emprego não é decorrente da pandemia. Esta apenas aprofundou um quadro de crise estrutural na região que vem desde final da década de 1990 e que se acirrou durante a década de 1990, com a crise da cacauicultura. (Blog do Gusmão)
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