O professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Jorge Sales, criou um secador para o fruto que promete revolucionar o modo com que produtores secam as amêndoas do cacau. Com a inovação, o pesquisador busca agilidade, eficiência e economia para o processo de produção e colheita do cacau. O projeto teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), órgão ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Patenteado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e em fase final de testes, o secador de amêndoas alternativo, movido a energia solar, é uma alternativa mais barata para os agricultores. “O nosso principal benefício é que o secador seja de fácil acesso para o agricultor carente. Assim, ele terá acesso a uma tecnologia de baixo custo, que pode aumentar a qualidade do seu produto como o cacau”, explicou o pesquisador. A ideia surgiu em 2011 após um produtor rural apresentar problemas no processo de secagem do cacau. “Na busca de financiamento, escrevi projetos para bolsas de iniciação científica e Mestrado em Modelagem Computacional na Uesc. Depois, fui criando os modelos matemáticos e computacionais e, com os resultados obtidos, construímos um protótipo que validou o modelo”, detalhou o professor, que é doutor em física nuclear pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita). Outro ponto importante que o professor destacou é que o secador de cacau vertical ajuda a economizar energia elétrica e lenha das fazendas dos agricultores, pois o conceito tradicional dos outros secadores de estufa (Barcaça) satisfaz apenas uma necessidade do profissional. “A disposição vertical economiza material e mão de obra de montagem, posto que o custo de cobertura é bem maior do que o de paredes verticais, que predominam no presente modelo. Constituído por uma torre, o secador foi limitado em quatro metros por motivos operacionais e de segurança, e mais 80 centímetros da cúpula de convecção de calor”, conta. Segundo Jorge, o modelo traz outro grande diferencial dos demais secadores já existentes no mercado, que é o tempo de secagem. “Na secagem tradicional (barcaça), o processo demora entre cinco a sete dias em média. No nosso projeto, temos a possibilidade de conclusão entre três e quatro dias. Outra vantagem em relação à barcaça, é que o secador vertical não tem contaminação de agentes externos como fezes de pássaros, fuligem carregado pelo vento e contato com ação humana”, finalizou.
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