domingo, outubro 03, 2021

Guedes lucrou R$ 14 mil por dia como ministro com offshore

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pode ter lucrado mais de R$ 16 milhões de reais com a desvalorização do real diante do dólar durante o governo de Jair Bolsonaro. Investigação divulgada neste domingo (3) revelou que o economista possui investimentos de 9,5 milhões de dólares (aproximadamente R$ 35 milhões na época do aporte) em uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. A desvalorização do real durante o comando de Guedes no Ministério da Economia fez com que seu investimento, de R$ 35 milhões em agosto de 2015, hoje seja estimado em mais de R$ 51 milhões. No último dia do governo de Michel Temer, em 31 de dezembro de 2018, o dólar comercial custava R$ 3,87. Já neste domingo (3), dia em que foi divulgada a "Pandora Papers", cada dólar equivale a R$ 5,37. Dessa forma, Guedes lucrou aproximadamente R$ 14 mil por dia durante os 1.004 dias do governo Bolsonaro. A notícia dos lucros de Guedes com a própria política econômica conflita com as dificuldades enfrentadas pela população com a volta da inflação. Sem condições de comprar carne, a procura por ossos para matar a fome virou a opção viável para parte dos brasileiros. Atualmente, 19 milhões de brasileiros sofrem sem ter o que comer, retornando ao nível observado em 2004, quando o Brasil constava no Mapa da Fome da ONU, aponta relatório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A Pandora Papers, investigação sobre offshores abertas em paraísos fiscais, revela que o ministro da Economia possui empresa e manteve seus negócios nesses locais mesmo depois de fazer parte do governo federal, em 2019. Segundo especialistas, há conflito de interesses na atuação. A aplicação feita por Guedes na empresa Dreadnought International Group Limited, sediada em um dos paraísos ficais caribenhos, entretanto, não possui nenhuma ilegalidade. De acordo com as leis do Brasil, qualquer cidadão do país pode ter investimentos em empresas offshore, contanto que sejam declarados à Receita Federal e ao Banco Central.

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