terça-feira, fevereiro 01, 2022

Vídeo mostra congolês sendo espancado até a morte no RJ

O vídeo da câmera de segurança do quiosque Tropicália, na altura do Posto 8 da Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, mostra três homens espancando até a morte o congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, na noite do dia 24 de janeiro. As imagens, obtidas pelo jornal Extra, flagram os agressores dando socos, chutes e até golpes com pedaços de pau no estrangeiro. Momentos depois, com a vítima já desacordada no chão, eles tentam, com a ajuda de outras pessoas, reanimá-la. A sequência já está sendo analisada por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital, que investigam o caso. De acordo com o inquérito, o corpo de Moïse foi encontrado por policiais militares do 31º BPM (Recreio) ainda amarrado, no chão, próximo ao Tropicália. Ele prestava serviço pontualmente no local servindo mesas na areia e, segundo parentes, pretendia tentar cobrar pagamentos atrasados quando acabou sendo morto. Uma testemunha ouvida pelo jornal Extra conta que Moïse passou a noite bebendo com conhecidos próximo ao quiosque Tropicália. Já próximo ao horário de fechamento do estabelecimento, o congolês disse aos companheiros que iria cobrar valores devidos pelo antigo contratante. Pouco depois, o jovem acabaria agredido e morto, com o corpo sendo encontrado com pés e mãos amarrados em um ponto perto do quiosque. Segundo a mulher, que preferiu não se identificar e ainda não prestou depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital, Moïse abordou agressivamente o homem, que estaria trabalhando no Tropicália pela primeira vez naquela noite. Durante a discussão, ainda de acordo com o relato da testemunha, o rapaz chegou a ameaçar o interlocutor com um furador de coco, enquanto exigia o pagamento atrasado. O homem, também exaltado, respondia que não era dono nem responsável pelo estabelecimento, e que por isso não poderia resolver o problema. — No meio da confusão, mais uns rapazes chegaram intervindo, já partindo pra cima do outro — conta a mulher, que diz ter se afastado da situação neste momento. Ela afirma ainda que os homens que se aproximaram já agredindo Möise também eram conhecidos na região, onde trabalhavam, tal qual o congolês, “cardapeando” na praia para os quiosques. O estrangeiro atuava desse modo pelo menos desde 2017, sempre mediante pagamento de diárias ou de percentual em cima dos produtos vendidos. Ele era conhecido na praia pelo apelido de Angolano. O relato da mulher é convergente com o de um homem que se apresentou à polícia nesta terça-feira como um dos assassinos do congolês. O suspeito, que não teve a identidade revelada, alegou que tentou conter uma briga e que não tinha a intenção de matar Möise. Ele está sendo ouvido na Delegacia de Homicídios neste momento. Já a família do congolês apresenta uma versão diferente. Um primo do rapaz diz ter assistido a um vídeo das agressões em que é possível ver cinco homens atacando Möise. Antes do espancamento, ele só apareceria na gravação tentando cobrar o pagamento, sem nenhum gesto mais hostil que partisse do próprio congolês.

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