Caseiro ameaça ex de Bolsonaro e diz ter prova de rachadinha

Marcelo Nogueira dos Santos, que trabalhou como caseiro para a advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Bolsonaro (PL), enviou uma série de mensagens com chantagens à ex-patroa, ameaçando revelar o que sabe sobre um suposto esquema das rachadinhas envolvendo a família. As informações são da revista Veja. Em mensagens a que a revista teve acesso, Marcelo, que também trabalhou como ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PL), faz ameaças de morte, exige dinheiro para não revelar informações e diz que contará tudo o que sabe às autoridades caso não seja atendido. À revista, Ana Cristina disse temer por sua integridade, mas afirma não ter nada a esconder, nega a existência das rachadinhas e diz que o ex-marido é o verdadeiro alvo. Conforme a reportagem, Marcelo afirma ter imagens que mostrariam Ana Cristina contando dinheiro arrecadado com o recolhimento de parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio e áudios de conversas sobre o caso. Ele não revela onde está vivendo e diz temer por sua vida. A suposta chantagem, segundo Veja, começou no ano passado, depois que Marcelo e Ana Cristina se desentenderam e ele deixou o emprego. Em setembro do ano passado, em conversa com a coluna de Juliana Dal Piva no UOL, Marcelo disse que a ex-patroa queria "escravizá-lo" ao propor que ele morasse na casa dela, em vez de sua própria residência, com salário abaixo do acordado inicialmente. Ele também afirmou que a ex-mulher de Bolsonaro usou laranjas para ocultar a compra de uma mansão. Na mesma ocasião, o ex-funcionário relatou à colunista que no período em que foi funcionário de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) era obrigado a devolver mensalmente 80% de seu salário. Em uma das mensagens à qual Veja teve acesso, de agosto do ano passado, Marcelo pede R$ 200 mil para não contar o que sabe às autoridades. Segundo a revista, ele já havia deixado o emprego na época e reclamava o pagamento de direitos trabalhistas e supostos danos morais. Para encerrar o caso, ele propunha uma negociação, sem dizer do que se tratava, mas insinuando que, caso não fosse atendido, revelaria histórias constrangedoras sobre a família. Ana Cristina perguntou quais eram as garantias de que o acordo seria cumprido, e Marcelo respondeu que era a sua palavra, além do pagamento de R$ 200 mil. Ana Cristina pergunta o motivo do valor elevado, e ele reproduz uma mensagem que incluía insinuações de que poderia implicá-la. Ao perceber que estava sendo alvo de extorsão, a ex-mulher do presidente encerrou a conversa e não atendeu mais às ligações dele, conforme a reportagem.