Apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília na noite de segunda-feira (12). Carros e ônibus foram danificados e incendiados. A Polícia Militar entrou em confronto com os bolsonaristas. Entenda o que aconteceu: Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro; A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República; A PGR e o STF afirmam que o Tserere é investigado por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes; a PF diz que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei". Após a prisão de Tserere, um grupo de radicais tentou invadir um prédio da PF e incendiou carros; Parte do grupo seguiu pela Asa Norte, onde realizou novos atos de vandalismo. A Polícia Militar foi chamada e reagiu com bombas de gás e balas de borracha. Houve confronto com os radicais; A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central; O secretário de Segurança, Júlio Danilo Souza Ferreira, afirmou que os participantes dos atos de vandalismo serão responsabilizados: "A partir de agora , temos imagens, filmagens, temos como identificar". Ele não soube dizer se houver prisões. A região do hotel onde o presidente eleito, Lula, está hospedado teve a vigilância reforçada por equipes da PM. O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse: "Por enquanto estamos agindo com as forças policiais. Todas as nossas forças policiais (...) estão nas ruas". Ao blog da Andréia Sadi, o senador Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, afirmou que o "governo federal segue omisso diante dessa situação grave absurda". Às 23h08, mais de duas horas depois do início dos atos, o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, escreveu em uma rede social que o Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal, "manteve estreito contato" com a Secretaria de Segurança do DF e com o governo do DF "a fim de conter a violência e restabelecer a ordem". Ele disse que "tudo será apurado e esclarecido" e que a situação está se normalizando". O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou de "absurdos" os atos de vandalismo, "feitos por uma minoria raivosa". Veja a repercussão política. Os bolsonaristas declaram não aceitar o resultado das urnas – que registraram o desejo da maioria dos brasileiros e não tiveram caso de fraude detectada, inclusive pelas Forças Armadas. Os manifestantes defendem abertamente um golpe – por meio de intervenção militar no governo, uma afronta à Constituição do Brasil e à democracia. Nenhum representante do governo Bolsonaro falou até a última atualização desta reportagem.
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