O problema que a Americanas comunicou, ontem (11), ter encontrado não é dos pequenos. Em anúncio ao mercado, a empresa informou que identificou “inconsistências contábeis” no balanço financeiro na ordem de R$ 20 bilhões. As primeiras informações indicam que alguns financiamentos contratados pela empresa com fornecedores não foram lançados de forma correta no balanço. Ou seja: o endividamento real da Americanas seria, em tese, muito maior do que o reportado em seus demonstrativos financeiros. A questão foi séria a ponto de o presidente recém-empossado, Sergio Rial, pedir demissão. Ele foi acompanhado pelo diretor financeiro, André Covre. No cargo há apenas 10 dias, Rial e Covre teriam renunciado ao identificar os erros, que teriam acontecido em 2022, antes de os novo executivos assumirem os cargos. A Americanas informou ainda estar apurando o que realmente ocorreu. A confirmação das irregularidades e dos valores envolvidos será feita por uma auditoria independente. Se ficar confirmado que trata-se de uma fraude ou manipulação contábil, o rombo de R$ 20 bilhões será um dos maiores já conhecidos pelo mercado brasileiro. Para se ter ideia, a fraude que resultou na falência do Banco Panamericano foi de R$ 4 bilhões. Já a manipulação contábil de R$ 600 milhões descoberta na resseguradora IRB Brasil em 2019 fez as ações da empresa derreterem 90% na Bolsa de Valores desde então.
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