O Ministério Público da Bahia denunciou à Justiça os policiais militares envolvidos na morte de Marcelo dos Santos Rocha, em abril de 2022. O jovem de 18 anos foi morto a tiros após fugir de uma blitz na cidade de Feira de Santana. O órgão denunciou os policiais por homicídio qualificado, já que a vítima não teve possibilidade de defesa. Além disso, o MP pede à Justiça que os dois policiais sejam afastados das atividades de rua. A informação foi divulgada nesta semana pelo MP. De acordo com a família da vítima, no dia do crime o jovem seguia na Avenida Maria Quitéria, quando avistou a blitz policial. Como ele não tinha carteira de motorista, teria estacionado o carro em um estacionamento próximo ao local onde ocorriam as abordagens e aguardado por cerca de duas horas, até o fim da operação. De acordo com apuração da TV Subaé, afiliada da Rede Bahia, que teve acesso a câmeras de segurança do local, Marcelo saiu do estacionamento e deu ré no veículo por cerca de 600 metros. A atitude chamou atenção dos policiais, que deram início a perseguição que resultou na morte do jovem. A Polícia Militar alegou que houve troca de tiros e que o jovem portava uma arma. Já segundo as investigações do MP-BA, não houve confronto. No documento emitido pelo Grupos de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública do Ministério Público (GEOSP), é relatado que Marcelo saiu do carro sem nenhuma arma de fogo, se jogou no chão e ficou parado. Para a mãe do jovem, Daniela Guerra, o reconhecimento do MP é de extrema importância para a continuidade das investigações acerca do caso. "Nós temos a sensação que estamos no caminho certo. Só o fato do MP ter esse entendimento, de que foi execução, nos traz paz. Isso comprova, se é que alguém tinha alguma dúvida, que meu filho é inocente", Para o advogado da família, Marco Aurélio Gomes, a PM deveria ter feito um trabalho para conter Marcelo e não para executá-lo. Segundo ele, outras viaturas poderiam ter sido acionadas para parar o carro do jovem e os agentes poderiam ter atirado nos pneus do carro. Um ano após o crime, Daniela afirma que transforma o luto em luta por justiça. "Se ele pudesse falar comigo, ele diria: 'mãe, eu não posso voltar na terra, mas pelo amor de Deus, não deixe meu nome sujo'", desabafou.
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