Quem já leu Jorge Amado provavelmente sabe que Ilhéus, no sul da Bahia, é conhecida como a terra do cacau. E, de quinta-feira até domingo, essa fama deve ficar ainda maior, porque a cidade sedia a 30ª edição do Chocolat Festival, considerado um dos maiores eventos de cacau e chocolate da América Latina. São esperados 300 expositores de, pelo menos, 120 marcas. O evento acontece no Centro de Convenções da cidade, com uma programação repleta de atividades – incluindo culturais – para crianças, empreendedores, e amantes da fruta e do doce. Essa será a 14ª vez que o festival acontece em Ilhéus, cidade de origem do evento. Durante os quatro dias, além da venda de produtos, chocolateiros, empresários, produtores, chefs especializados, pesquisadores e apenas curiosos vão poder acompanhar o que os expositores têm a apresentar sobre as inovações e a tradicional cultura do cacau e do chocolate. A expectativa, segundo o idealizador do evento, Marco Lessa, é receber cerca de 70 mil visitantes, dez mil a mais do que na edição do ano passado. Entre as novidades que serão expostas no festival, produtos artesanais, como cachaça, cerveja, vinagre balsâmico, pimenta, e até embalagem a base de cacau. Para Lessa, o festival, criado em 2009, é desde então um estimulador do empreendedorismo no setor, que acabou resultando em um divisor de águas no mercado brasileiro de chocolate. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), nos primeiros três meses deste ano houve um crescimento de 9,8% na produção de chocolate, quando comparado ao mesmo período de 2022. Foram 219 mil toneladas do doce. Jaime Recena, presidente da associação, avalia o mercado brasileiro de chocolates como promissor. O presidente da Abicab reconhece, por exemplo, o crescimento no número de produtores do chamado chocolate bean to bar, ou aqueles que são produzidos a partir do grão do cacau e não da massa, como a maioria dos industrializados. Ainda assim, entre os consumidores brasileiros, os bombons e as barras comuns continuam sendo as preferidas: representam, respectivamente, 44,5% e 30,8% das vendas do setor. E, assim como nas histórias de Jorge Amado, a Bahia tem destaque nesse mercado. De acordo com Recena, o estado é um dos maiores produtores de cacau, e representou sozinho, no ano passado, 68% do fornecimento total do fruto. Na produção de chocolate intenso, os baianos também vão bem. Das 350 marcas do festival, Lessa estima que, pelo menos, 200 são do estado.
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