O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, foi preso na manhã desta quarta-feira (9), em Florianópolis, segundo o portal g1. A detenção ocorreu durante investigação sobre interferência no segundo turnos das eleições. Na época, a corporação teria feito blitze em ônibus com eleitores no dia do segundo turno, em estados do Nordeste que teriam dado maioria de votos ao atual presidente Lula (PT). A Operação Constituição Cidadã, deflagrada pela Polícia Federal, nesta quarta-feira, cumpre 10 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. O objetivo é esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral relativo ao segundo turno das Eleições Presidenciais. Segundo as investigações, integrantes da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores em 30 de outubro de 2022, quando era realizado o segundo turno das Eleições, disputada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Segundo a PF, os crimes teriam sido planejados desde o início de outubro, e o patrulhamento ostensivo foi direcionado à região Nordeste do país, que tradicionalmente dá maior proporção de votos para o PT. As operações em rodovias no dia da votação haviam sido proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na véspera do segundo turno. Na mesma data, Silvinei também havia postado em uma rede social mensagem em que pedia voto ao ex-presidente Bolsonaro. Nos meses após a eleição, ele também teve a atuação contestada por suposta omissão da PRF no combate a bloqueios em rodovias federais promovidos por bolsonaristas radicais, descontentes com o resultado das urnas. Silvinei também respondeu a um inquérito por uma suposta agressão a um frentista após uma briga por causa de uma lavação de carro na cidade de Cristalina, em Goiás, no ano 2000. Ele foi condenado pela Justiça Federal de Santa Catarina em 2017, mas desde então vem recorrendo da decisão que determinou indenização ao envolvido. Além das polêmicas na gestão Bolsonaro, Silvinei também tem forte relação com Santa Catarina. Ele é natural de Ivaiporã, no Paraná, mas atua como inspetor da PRF desde 1995 e chegou a ser superintendente da corporação em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Também foi secretário municipal de Segurança de São José, entre 2007 e 2008. No fim de 2022, após se aposentar do cargo na PRF, Silvinei teve o nome cotado para assumir a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina no futuro governo de Jorginho Mello (PL), eleito com apoio de Bolsonaro. A indicação, no entanto, não se confirmou. Segundo a plataforma Lattes, ele é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Direito pela Univali, em Segurança Pública pela Unisul e em Administração pela Udesc.
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