sexta-feira, agosto 11, 2023

PF mira Wassef e pai de Cid, em desvio de joias do Brasil

A Polícia Federal cumpre hoje mandados de busca e apreensão nos endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid, e do advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente. O objetivo é investigar desvios de joias e outros bens de valor obtidos pelo ex-ajudante de ordens em viagens oficiais no governo Bolsonaro e sua posterior venda ilegal no exterior. A PF colheu indícios de que o pai de Cid, o general Cid, teria participado da venda dessas joias e chegou a emprestar sua conta bancária no exterior para o recebimento de valores desses negócios. A investigação também detectou que Wassef entrou no esquema com o objetivo de recomprar parte desses bens para devolvê-los ao Tribunal de Contas da União (TCU) quando as apurações começaram a mirar as joias dadas a Bolsonaro. Barbosa Cid, preso desde maio, e o tenente do Exército Osmar Crivellati também foram alvos da operação. A coluna tenta localizar os citados. Crivelatti era responsável por guardar o patrimônio privado de Bolsonaro em uma área emprestada para ele na fazenda do ex-piloto Nelson Piquet, em Brasília. Os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo brasileiro "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a PF. Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, afirmou a polícia. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal dentro do chamado inquérito das milícias digitais e são cumpridos em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ). Os fatos investigados configuram os crimes de peculato e lavagem de dinheiro, conforme a PF. A operação foi batizada de Lucas 12:2, em referência ao versículo bíblico que diz: "Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido". Procurada, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid e do seu pai, o general Cid, não se manifestou sobre o caso.

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