O professor de sociologia Luiz Enrique Vieira de Souza, demitido da Universidade Federal da Bahia (Ufba) após denúncias de assédio sexual, afirma ser portador de Transtorno Afetivo Bipolar - a condição é responsável por causar mudanças extremas de humor. Ele alega ainda ter tido "surtos no momento dos fatos relatados no processo". Segundo publicação do G1, o professor informou que a documentação médica que corrobora suas alegações foi apresentada à universidade. Contudo, a diretoria da faculdade e a Reitoria teriam decidido pela demissão por pressões políticas ligadas a movimentos. "Os fatos que eu realmente cometi, eu reconheci ao longo do processo. Eram coisas que eu não gostaria de ter dito, mas eu estava na pandemia, isolado, sem medicação, família, em uma condição muito fragilizada", disse o professor. "Quando eu recobrava meu estado assintomático, eu era capaz de perceber que tinha cometido alguma coisa que não poderia ter feito e pedia desculpa. Eu disse para elas que suspeitava que estava doente, que alguma coisa acontecia comigo, mas enfim", afirmou. Luiz Enrique chegou a ficar afastado do cargo por cerca de um ano e disse que foi diagnosticado com o Transtorno Afetivo Bipolar por dois psiquiatras no Centro de Promoção à Saúde Universitária Rubens Brasil (SMURB). Ainda conforme o relato, a Ufba teria solicitado a avaliação de uma junta médica e três profissionais do SMURB fizeram uma entrevista, além de a banca do processo administrativo ter feito 12 perguntas. "As respostas foram no sentido que eu era portador de Transtorno Afetivo Bipolar, de que eu já tinha essa doença anteriormente aos fatos, porque é de caráter genético e que se tratada se maneira adequada, ela pode fazer com que eu viva socialmente sem grandes danos", contou o professor. Ele também alega que a Comissão de Ética sugeriu suspensão de 90 dias, sem pagamento de salário, ao invés de ser demitido.
RELEMBRE O CASO
O professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) foi demitido após denúncias de assédio sexual. De acordo com um documento emitido pela instituição de ensino, assinado na quarta-feira (22), os três episódios aconteceram em 2020 na universidade. As denunciantes eram duas alunas e uma funcionária da universidade. Em todos os casos, elas relataram que inicialmente tinham relações cordiais com o professor, até que ele passou a enviar mensagens de teor sexual. O nome do docente não foi divulgado. Uma das vítimas, uma aluna, disse que recebeu mensagens de teor sexual onde afirmava que queria que ela engravidasse dele e ofereceu R$ 5 mil para que eles ficassem juntos. Uma segunda vítima, também aluna, relatou que foi convidada para ir até o apartamento do docente. Ela acreditou que o convite estava associado à confraternização de um projeto onde eles atuavam juntos.
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