Um homem suspeito de perseguir e agredir familiares de uma mulher na cidade de Itabuna, no sul da Bahia, foi preso na quinta-feira (18). O mandado de prisão foi cumprido após ele violentar com socos e pontapés o marido da criadora de conteúdo Esther Vasconcelos. A vítima alega que o agressor a persegue há 7 anos. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito possui problemas psiquiátricos. Ele estava internado no Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães, após ter sido vítima de agressão por populares no bairro Conceição. O suspeito foi preso por agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). Em seguida, foi conduzido à sede da Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) para passar por exames de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Ele foi encaminhado para o Conjunto Penal de Itabuna. A agressão ocorreu quando o casal estava na porta de uma loja. Imagens divulgadas por Esther mostram o momento em que o suspeito se aproxima e profere ofensas aos dois. "Ela é minha mulher. Qual é a cor da sua pele, seu branquelo? Seu macaco!", dizia o homem enquanto agredia o parceiro da influenciadora. As imagens mostraram que o marido da jovem tentou reagir com um capacete nas mãos. O casal prestou queixa na delegacia e depois foi a uma unidade de saúde, já que o pé da vítima ficou inchado. Esther também mostrou como a camisa do marido foi rasgada após o ataque. "São sete anos sendo perseguida, ameaçada de morte, de estupro, etc. Lutando por justiça há sete anos e a Justiça fazendo pouco caso, esperando eu virar mais uma na estatística de feminicídio". Segundo Esther, a perseguição teve início em 2017, quando houve uma abordagem no momento em que ela voltava do trabalho. "Ele pediu para ficar comigo, puxou meu braço e eu mandei ele 'se respeitar'. Eu tinha 15 anos na época", relatou a jovem em 2021, quando tornou o caso público. À época, ela também destacou que as agressões pioraram em 2019, quando começou a namorar seu atual marido. O agressor usou a relação inter-racial dos dois — Esther é negra e seu marido, um homem branco — para acusá-la de racismo. "Foi quando ele disse que eu era racista, por estar com uma pessoa branca e não com um negro. A partir daquele dia, ele começou a me perseguir. Eu andava com meu esposo, ele me ameaça de estupro e de morte", contou. O medo fez a jovem deixar o emprego que tinha e evitar até sair de casa. Mas ela conta que o suspeito também utilizava as redes sociais para cometer os crimes. O homem também agrediu a mãe da jovem, Elessandra Vasconcelos. A mulher teve ferimentos na boca e no cotovelo ao tentar defender a filha quando viu agressor cercando Esther na rua. Foi após esse episódio que a Justiça concedeu uma medida protetiva às duas, em abril de 2021. O pedido foi feito pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do município e deferido pelo juiz Murilo Staut. "Ele já cuspiu nela, já empurrou, já deu tapa no braço dela. São muitas coisas que vêm acontecendo. Então a gente vive refém. Cadê o nosso direito de ir e vir?", disse Elessandra na época. Em julho de 2021, o suspeito foi preso por descumprir a medida protetiva e se aproximar de Esther. À época, ao menos quatro boletins de ocorrência haviam sido registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), de Itabuna. Um dos registros se referia a "Lei de Stalking", definida como perseguição reiterada, por qualquer meio, como a internet (cyberstalking), que ameaça a integridade física e psicológica de alguém, interferindo na liberdade e na privacidade da vítima. O homem está solto, mas não há detalhes de quando ele teve a soltura concedida. Conforme apurado pela TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia na região, a delegacia responsável pelo caso instaurou um novo inquérito após o marido de Esther ter sido agredido. Será solicitada uma perícia de sanidade para avaliar se o agressor tem ou não problemas mentais. O juiz Murilo Staut, que acompanha o processo de descumprimento de medida protetiva, informou que já existiu uma atestado que aponta insanidade, porém disse que houve um atraso na ação penal porque o resultado do laudo psiquiátrico ainda não estava pronto. Segundo o juiz, foi determinado que um primo de suspeito levasse ele para tratamento no Centro de Ação Psicossocial (Caps), mas isso não ocorreu. A posição da Justiça é de que o agressor não foi internado porque o processo por descumprimento da medida é considerado um crime leve, que não demanda internação. Agora, com a ocorrência e o registro de uma agressão física, o homem pode ser internado em um hospital de Salvador.
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