Produtores de cacau da Bahia, Espírito Santo e Pará estão eufóricos com os preços recordes da arroba que estão sendo pagos pelas indústrias neste início de ano, mas lamentam não ter muito cacau para oferecer neste período de entressafra e safra temporã. Problemas climáticos e envelhecimento das lavouras na Costa do Marfim e Gana, os dois maiores produtores mundiais, levaram a commodity (contrato de março) ao recorde de US$ 6.884 por tonelada na bolsa de Nova York este ano. Só em fevereiro, houve alta de 28,12%, segundo o Valor Data. E no primeiro dia de março, o contrato para maio subiu 4%, para US$ 6.300 a tonelada. “Finalmente, chegou a nossa vez, mas agora nos falta cacau. Esperamos que o preço não desça imediatamente. O que recebemos hoje pelo que conseguimos entregar é o mesmo do cacau fino há três anos”, afirma Carlos Tomich, produtor na região de Ilhéus (BA), que está recebendo R$ 450 de atravessadores pela arroba (15 quilos) — há um ano, recebia R$ 215,00. O produtor, que colheu 1.350 arrobas no ano passado e espera atingir 2.000 arrobas neste ano, diz que outubro e novembro foram meses muito secos na Bahia, o que prejudicou a safra temporã. “Praticamente não tem cacau no pé neste mês. Eu deveria começar a colher em março, mas a florada mais forte ocorreu em fevereiro e só devo ter produção a partir de abril ou maio”, conta Tomich. Em 2023, as indústrias no Brasil processaram 253 mil toneladas de cacau, sendo 220 mil de matéria-prima nacional.
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