18 março 2025

China anuncia novos estímulos econômicos e ajuda a derrubar dólar no Brasil

 


A China irá adotar novas medidas para reavivar o consumo da população, aumentando a renda das pessoas, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua, como parte de um plano que se soma às recentes promessas do governo de apoiar a demanda em uma economia ameaçada pelas tarifas de Donald Trump. A notícia ajudava a derrubar o dólar frente a moedas emergentes, que são mais reativas a boas notícias na China, incluindo no Brasil, onde a divisa americana recuava 0,94%, a R$ 5,689, às 12h56.

Agora, investidores aguardam mais pistas das principais autoridades durante uma coletiva de imprensa a ser realizada na tarde de ontem sobre as medidas para aumentar o consumo.

As diretrizes, que vieram de um relatório do Conselho de Estado, estabeleceram outras medidas, como a estabilização dos mercados de ações e imobiliário e a oferta de incentivos para aumentar a taxa de natalidade do país.

Os formuladores de políticas na China reconhecem cada vez mais que uma ampla recuperação da renda é necessária para incentivar as pessoas a aumentar os gastos. Nas reuniões parlamentares deste mês, a administração do país fez do aumento do consumo a principal prioridade do relatório anual de trabalho pela primeira vez desde que o presidente Xi Jinping chegou ao poder há mais de uma década.

“As famílias não podem gastar o que não têm”, disse Lynn Song, economista-chefe do ING Bank para a Grande China. “Embora existam poucos detalhes novos sobre como o governo aumentará os gastos, os detalhes do plano mostram uma maior determinação em lidar com o problema de consumo da China este ano”.

O esforço recente, que abrange oito áreas, delineia planos para melhorar os cuidados com as crianças e inclui uma promessa de aplicar o sistema de licença remunerada da China. Os governos locais já começaram a aumentar o apoio ao bem-estar social, com Hohhot, a capital da região autônoma da Mongólia Interior, anunciando novos subsídios para creches.

"Em comparação com os planos anteriores, que se concentravam apenas em melhorias no lado da oferta ou em políticas do tipo “velho por novo”, o plano também aborda a necessidade de melhorar a renda" escreveram os analistas da Jefferies, incluindo Anne Ling, em uma nota.

“Acreditamos que o governo está colocando mais foco na garantia do bem-estar dos grupos de baixa renda.”

Dados positivos melhoram perspectiva

A divulgação de números mais fortes que o esperado sobre a atividade econômica chinesa também agradaram ao mercado. O consumo, o investimento e a produção industrial chineses superaram as estimativas no início do ano, apontando sinais de resiliência para uma economia que ainda demanda estímulos, com o fantasma das tarifas de Donald Trump ainda ameaçando o crescimento.

A produção industrial no país apresentou crescimento anual de 5,9%, maior que os 5,3% projetados pelo mercado. Além disso, as vendas no varejo subiram 4% nos dois primeiros meses de 2025, uma aceleração sobre a alta de 3,7% registrada em dezembro, em sua melhor leitura desde outubro, informou a agência nacional de estatísticas da China.

Já o crescimento do investimento em ativos de longo prazo foi o mais rápido desde o ganho nos primeiros quatro meses de 2024.

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