O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira, 20, representa um pedido de desculpas ao povo negro. É o que afirma o reitor da Faculdade da Cidadania Zumbi dos Palmares, o advogado, sociólogo, mestre em Administração e doutor em Educação, José Vicente, de 58 anos.Para ele, a data é momento de recordar a trajetória do negro no País, mostrar que o “apartheid social” não está resolvido e que o tratamento dado aos negros pelos antepassados não deve sair da memória. “Somos um país de 400 anos de escravidão negra e quatro milhões de escravizados. Nada mais justo, correto e legítimo que tivesse um dia para celebrar, relembrar, cultuar e até se desculpar enquanto país pelo tratamento dado a esse público por tanto tempo”.Na opinião de Vicente, a adoção da cota racial nas universidades “abriu uma brecha na porta”, mas isoladamente não garante oportunidades iguais a brancos e negros na sociedade, já que o mercado de trabalho ainda é um “paredão” a ser superado.
Uma cabeleireira de 56 anos foi presa na última sexta-feira
após chamar uma operadora de caixa de "preta e burra" no supermercado
Bompreço do Rio Vermelho, na orla de Salvador. A delegada Elza Bonfim
estava na fila e deu voz de prisão a Edicelia Brito dos Santos.
"Perguntei se ela estava falando com a funcionária, e ela virou para mim
perguntando o que eu queria também. Me apresentei e dei a voz de
prisão", afirma Elza.
Edicelia foi levada para a 7ª Delegacia Territorial (Rio Vermelho), onde foi autuada em flagrante por injúria preconceituosa. A delegada plantonista, Acácia Nunes, arbitrou fiança de quatro salários mínimos (R$ 2.488), quantia paga no mesmo dia.
Na terça-feira, a caixa Sidnea dos Santos Oliveira, 29 anos, foi à Defensoria Pública buscar orientação. "Me senti ofendida e discriminada. Não quero nada dela. Só quero que ela seja julgada criminalmente e tenha respeito às outras pessoas", declara. A operadora sofreu as ofensas depois de informar à cliente que a fila onde ela estava só poderia passar até 20 itens. "A cliente disse que eu a destratei, mas só informei o procedimento da empresa. Na hora de pagar, ela disse 'tome aqui a porcaria do dinheiro. Isso só poderia ser arte de preto que não estudou'", lembra Sidnea.
A pena para o crime de injúria, com a utilização de elementos referentes a cor, raça, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, varia de um a três anos de detenção e multa. O Bompreço informou por meio de nota que preza pela integridade de seus clientes e funcionários e ressalta que irá oferecer todas as informações necessárias para a conclusão do caso. A delegada Elza Bonfim, titular em exercício da Delegacia dos Barris, diz que esta foi a primeira vez em 20 anos de carreira que realiza uma prisão em flagrante por discriminação racial.
"Não poderia me omitir porque também sou negra, e o sangue de polícia ferve nas veias", afirma, antecipando que toda vez que presenciar uma atitude desse tipo vai efetuar a prisão. "Fico envergonhada, entristecida em ver uma atitude assim numa terra em que a maioria é negra", lamenta. Elza conta que Edicelia não acreditou ao receber voz de prisão e tentou ir embora. "Na hora, chamei os seguranças e disse que ela estava presa."
Edicelia foi levada para a 7ª Delegacia Territorial (Rio Vermelho), onde foi autuada em flagrante por injúria preconceituosa. A delegada plantonista, Acácia Nunes, arbitrou fiança de quatro salários mínimos (R$ 2.488), quantia paga no mesmo dia.
Na terça-feira, a caixa Sidnea dos Santos Oliveira, 29 anos, foi à Defensoria Pública buscar orientação. "Me senti ofendida e discriminada. Não quero nada dela. Só quero que ela seja julgada criminalmente e tenha respeito às outras pessoas", declara. A operadora sofreu as ofensas depois de informar à cliente que a fila onde ela estava só poderia passar até 20 itens. "A cliente disse que eu a destratei, mas só informei o procedimento da empresa. Na hora de pagar, ela disse 'tome aqui a porcaria do dinheiro. Isso só poderia ser arte de preto que não estudou'", lembra Sidnea.
A pena para o crime de injúria, com a utilização de elementos referentes a cor, raça, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, varia de um a três anos de detenção e multa. O Bompreço informou por meio de nota que preza pela integridade de seus clientes e funcionários e ressalta que irá oferecer todas as informações necessárias para a conclusão do caso. A delegada Elza Bonfim, titular em exercício da Delegacia dos Barris, diz que esta foi a primeira vez em 20 anos de carreira que realiza uma prisão em flagrante por discriminação racial.
"Não poderia me omitir porque também sou negra, e o sangue de polícia ferve nas veias", afirma, antecipando que toda vez que presenciar uma atitude desse tipo vai efetuar a prisão. "Fico envergonhada, entristecida em ver uma atitude assim numa terra em que a maioria é negra", lamenta. Elza conta que Edicelia não acreditou ao receber voz de prisão e tentou ir embora. "Na hora, chamei os seguranças e disse que ela estava presa."