Fins da década de 80 em Itabuna, governo do prefeito Fernando Gomes. Na Rádio Clube AM, o programa de maior audiência era o do polêmico Milton Menezes, de estilo “metralhadora giratória”.
A rádio, que hoje se chama Nacional, já pertencia a Daniel Gomes, irmão de Fernando. O programa de Milton, por essa razão, defendia com unhas e dentes o governo e sapecava os inimigos deste. Em uma dia de sessão na Câmara de Vereadores, em que seria votado um importante projeto de interesse do prefeito, a vítima foi o vereador Ulisses, que estava contra a proposta.
De seu microfone, impiedoso, Milton desancava o parlamentar:
- Ulisses, você é um vereadorzinho que não honra o mandato!
A porrada partia daí e ia abaixo da linha da cintura, mas o radialista acabou sendo vítima da natureza mutante da política. Enquanto Milton, na rádio, descia a lenha no vereador, na Câmara os articuladores do prefeito já negociavam e, após algum esforço (uns dizem que foi e$forço), conseguiram seu apoio ao tal projeto. Fernando em pessoa ligou para o sobrinho Dinei Oliveira, diretor da rádio, e deu ordem para Milton cessar fogo. Mais: pediu que elogiasse o vereador Ulisses.
O diretor entrou esbaforido no estúdio. Milton colocou uma música…
- O que foi, homem? – Perguntou o radialista, limpando o suor da testa nervosamente com um lencinho.
- Rapaz, se vire. Fernando ligou e mandou elogiar Ulisses. Ele agora está a favor do projeto – Respondeu o sobrinho do alcaide.
Primeiro o radialista foi tomado de susto, soltou um “vixe maria”, mas logo se recompôs, lencinho na testa, e disse que tinha um jeito de sair da enrascada. A música encerrou e Milton voltou ao ar:
- Te peguei, hein Ulisses… Você pensou que eu estivesse falando sério? Eu queria testar seu coração, ver se ele está forte… Ulisses, todo mundo em Itabuna sabe que você é um grande vereador…
Essa foi, muito provavelmente, a retratação mais rápida de que se tem notícia nos meios de comunicação itabunenses.
POLÍTICA ET CETERA
A rádio, que hoje se chama Nacional, já pertencia a Daniel Gomes, irmão de Fernando. O programa de Milton, por essa razão, defendia com unhas e dentes o governo e sapecava os inimigos deste. Em uma dia de sessão na Câmara de Vereadores, em que seria votado um importante projeto de interesse do prefeito, a vítima foi o vereador Ulisses, que estava contra a proposta.
De seu microfone, impiedoso, Milton desancava o parlamentar:
- Ulisses, você é um vereadorzinho que não honra o mandato!
A porrada partia daí e ia abaixo da linha da cintura, mas o radialista acabou sendo vítima da natureza mutante da política. Enquanto Milton, na rádio, descia a lenha no vereador, na Câmara os articuladores do prefeito já negociavam e, após algum esforço (uns dizem que foi e$forço), conseguiram seu apoio ao tal projeto. Fernando em pessoa ligou para o sobrinho Dinei Oliveira, diretor da rádio, e deu ordem para Milton cessar fogo. Mais: pediu que elogiasse o vereador Ulisses.
O diretor entrou esbaforido no estúdio. Milton colocou uma música…
- O que foi, homem? – Perguntou o radialista, limpando o suor da testa nervosamente com um lencinho.
- Rapaz, se vire. Fernando ligou e mandou elogiar Ulisses. Ele agora está a favor do projeto – Respondeu o sobrinho do alcaide.
Primeiro o radialista foi tomado de susto, soltou um “vixe maria”, mas logo se recompôs, lencinho na testa, e disse que tinha um jeito de sair da enrascada. A música encerrou e Milton voltou ao ar:
- Te peguei, hein Ulisses… Você pensou que eu estivesse falando sério? Eu queria testar seu coração, ver se ele está forte… Ulisses, todo mundo em Itabuna sabe que você é um grande vereador…
Essa foi, muito provavelmente, a retratação mais rápida de que se tem notícia nos meios de comunicação itabunenses.
POLÍTICA ET CETERA
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