Vítimas frequentes de assaltos e da falta de educação de muitos passageiros, os cobradores de ônibus reclamam da insegurança nos coletivos e dos baixos salários. Se não bastasse a insatisfação dos trabalhadores, a atividade tem se tornado cada dia mais obsoleta e onerosa para os empresários que investem em tecnologia e em algumas capitais estão extinguindo a função.
Em São Paulo, os sindicatos que representam patrões e empregados assinaram um acordo com intuito de acabar com a função, alegando que apenas 8% da população pagam as passagens com dinheiro.
Ainda não há data definida para adotar a mudança, que deve ser implantada aos poucos. E a Secretaria de Transportes da cidade informou que não há nenhum estudo para retirada dos trabalhadores dos coletivos.
A intenção de remanejar os cobradores para outras funções foi apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanus) e aprovada pelos trabalhadores em assembleia no dia 18.
Em diversos países do mundo e em algumas cidades brasileiras as empresas de transporte têm substituído a cobrança pessoal por sistemas mais modernos, como o de cartões magnéticos e catracas eletrônicas. Em muitos ônibus de Goiânia, Recife, Florianópolis, Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília a figura do cobrador é cada vez menos utilizada.
Em Salvador, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte (Seteps), 42,41% da população paga passagem em dinheiro e os 57,59% restantes utilizam cartões eletrônicos, mas, o sindicato patronal prefere não falar sobre o assunto, pelo menos por enquanto.
O diretor administrativo do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Ubirajara Sales diz que a categoria é contra qualquer proposta nesse sentido e desacredita no aproveitamento de todo os trabalhadores. “Isso (a extinção da função) geraria um desemprego em massa, milhões de famílias dependem destes empregos”, lembra.
De acordo com o Seteps, são cerca de 4.800 cobradores e 4.800 motoristas, já o Sindicato dos Rodoviários contabilizam um total de 12 mil trabalhadores (sendo metade cobradores e metade motoristas).
A frota urbana, ainda com base nos dados do Seteps é de 2.371 ônibus, que transportam, diariamente, um total de 1,5 milhão de passageiros, uma média de 38 milhões de pessoas por mês.
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