Ex-secretário municipal de Governo da Prefeitura de Ilhéus, o vereador Alcides Kruschewsky, disse nesta sexta-feira (14) à noite, durante uma entrevista ao Jornal Bahia Online, que o prefeito Newton Lima tenta despolitizar o debate ao se posicionar como "vítima de uma armação" no processo que resultou em sua saída do PSB e o rompimento com o vice-prefeito Mário Alexandre. "O foco deste debate deve continuar sendo o fraco desempenho do governo e suas causas. Estamos tratando da coisa pública e não pessoal", afirmou.
Falando pela primeira vez desde do início da crise no Palácio Paranaguá em que o vereador é posicionado pelo governo como o grande articulador do movimento, Kruschewsky garante que a sua decisão de se reposicionar politicamente e passar para o lado dos críticos da administração não dependeu apenas dele, embora tivesse concordado. Mas ele faz questão de lembrar: "Enquanto estive do mesmo lado do prefeito fui um leal defensor, seu fiel escudeiro, enfrentando conflitos com alguns setores sempre na defesa intransigente do governo".
Durante uma entrevista concedida no último final de semana ao jornal impresso Diário de Ilhéus, o prefeito Newton Lima chegou a afirmar que, mesmo diante de um forte desgaste, teria sido leal a Kruschewsky, o mantendo no cargo de secretário, deixando de atender a um apelo popular que optava por sua saída do governo. Ao responder a este questionamento, o vereador foi taxativo: "Não me parece que o prefeito Newton Lima seja a pessoa mais indicada para falar sobre desgaste".
Alcides Krfuschewsky apresenta uma pesquisa do Instituto Sócio Estatística, de agosto. "A rejeição ao meu nome é residual, em torno de 13%. No entanto, quando você pergunta à população se acredita no prefeito Newton Lima, 83% respondem “não”. Então, eu não poderia fazer mágica quando é o prefeito quem não goza de credibilidade", rebateu.
Para Alcides, quem mudou foi o prefeito de Ilhéus. "O Newton que conheci já teceu alguns comentários a meu respeito que não estão de acordo com o que ele tem falado ultimamente". E apresenta ao repórter do JBO uma carta de agradecimento assinada pelo prefeito em defesa da sua atuação como parceiro político. "Praticar a política, a sã política, é abraçar o sacrifício. Para tanto, são requeridas, daquele que a ela se entrega qualidades incomuns de coragem e abnegação, aliadas a uma inteligência esclarecida e conhecimento profundo dos problemas que advirão no âmbito da gestão", assinala a carta.
Dizendo-se retaliado pelo ex-secretário de Fazenda, Jorge Bahia, Alcides responde as críticas do prefeito, perguntando. "Gostaria de fazer alguns questionamentos esclarecedores: o que tenho a ver com as paralizações mensais dos servidores da Secretaria de Saúde por causa do atraso de pagamento dos salários? Da mesma forma, com os atrasos dos pagamentos dos “Pronto Atendimentos” dos Hospitais? Onde está a responsabilidade da Secretaria de Governo com o não cumprimento do acordo com os professores, que resultou em diversos atos públicos e paralizações das atividades? Qual a nossa participação nesse evidente desequilíbrio entre as 65 mil multas dos “pardais”, numa cidade com apenas 19 mil veículos? Sou eu o responsável pelas obras paralizadas ou intermináveis; fui eu quem destruiu a praça Rui Barbosa e a praça Coronel Pessoa, sem nem ter um projeto para executar? Quem motivou o Ministério Público Estadual, Federal e outros órgãos de controle social a denunciarem e ajuizarem o governo e o prefeito, quanto a contratos, pagamentos de consignados entre outros, pedindo até indisponibilidade dos bens pessoais à justiça, fui eu?", questiona.
De acordo com Alcides Kruschewsky, o prefeito de Ilhéus revelou-se "inseguro e claudicante" e passou a terceirizar a sua função, os seus deveres, para pessoas inábeis e desprovidas de comprometimento com o interesse público.
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