Poucas perspectivas de chuva em grande volume e rios com nível considerado crítico fazem com que o Estado comece a enfrentar racionamento de água. Uma das regiões mais afetadas com a estiagem, o Vale do Sinos já sofre com falta de água em Novo Hamburgo. A chuva prevista para esta quarta-feira não deve ser suficiente para amenizar a situação.
A falta de chuva também reabre a possibilidade de racionamento na região da Campanha. Depois de 212 dias com cortes de água entre janeiro e agosto, que chegaram a 15 horas por dia, as barragens de Bagé voltaram a ficar abaixo do nível normal. O caso mais grave está na Sanga Rasa, que registra um metro de carência.
Já o Vale do Taquari sofre com a falta de condições de navegação para embarcações de calado superior a 2m20cm na parte baixa do rio.
Na Usina Hidrelétrica Itá, entre Aratiba e Itá (SC), o lago está 3m80cm abaixo do nível máximo. Como não há previsão de chuva, a usina deve reduzir a geração de energia. Na Usina Hidrelétrica Machadinho, entre Maximiliano de Almeida e Piratuba (SC), a situação é mais grave. O lago está nove metros abaixo do volume útil e baixa dois centímetros por hora.
Agricultura
Produtores de arroz e feijão se preparam para calcular os prejuízos da seca. No Vale do Sinos, um acordo com o Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio dos Sinos (Comitesinos) fez com que os produtores parassem de captar água para a lavoura, o que pode colocar em risco a produção. A seguir, os benefícios e prejuízos de cada cultura em função da seca.
Feijão
É a cultura que mais preocupa. Cerca de 90% da área já foi cultivada. Destas, 25% estão em estado de floração e 13% na fase de enchimento de grãos – época mais delicada da planta. Necessita urgentemente de chuva, principalmente na Serra e na Metade Sul.
Arroz
As lavouras são irrigadas e dependem de rios e barragens. O calor excessivo e a falta de chuva fazem com que os níveis de água diminuam bastante. Se o tempo não mudar, a situação passa a ser delicada. As maiores propriedades estão no centro e na metade sul do Estado e 90% das áreas já foram cultivadas.
Milho
As maiores lavouras ficam no Norte e Noroeste, onde o tempo não castiga a agricultura. Grande parte da produção entra na fase de enchimento de grãos e duas boas precipitações são necessárias. Uma já veio na semana passada. A outra ainda é aguardada. Se não chover, preocupa.
Soja
Só assusta se a estiagem perdurar até fevereiro e março, quando ocorre o enchimento dos grãos. Do total cultivado no Estado, 62% já foi plantado. No Noroeste, maior região produtora e onde não há seca, quase 100% da oleaginosa está na terra e começa a germinar.
Trigo
A falta de chuva só trouxe benefício, já que acelerou a colheita do grão. Praticamente 100% dos 866 mil hectares já foram colhidos. Qualidade e produtividade são consideradas excelentes. A produção gaúcha é de cerca de 81.369 toneladas.
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