Uma grande apreensão de medicamentos ilegais realizada ontem no bairro dos Torrões, na Zona Oeste do Recife, deixou impressionados até mesmo técnicos da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa). Em meio às 25 mil caixas de remédios, localizadas em um depósito clandestino, havia produtos com a venda proibida no Brasil, falsificados, sem autorização e até roubados.
A apreensão aconteceu na manhã de ontem, em decorrência de operação realizada em conjunto entre Apevisa e Delegacia de Combate à Pirataria da Polícia Civil no dia anterior. O depósito clandestino, localizado na Rua 11 de Fevereiro, seria utilizado pelo proprietário da farmácia fechada na segunda-feira no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
Entre os medicamentos encontrados ontem estão falsificações de Cialis, para disfunção erétil, Varicell, utilizado para tratamento de varizes, e o abortivo Citotec, além de anabolizantes.
Também foram apreendidas caixas de Pramil e Digram. Os dois medicamentos são para disfunção erétil, mas têm a venda proibida no Brasil. De acordo com o gestor da Apevisa, Jaime Brito, parte dos remédios pode ter sido roubada em São Paulo.
“Ao consultar o fabricante do remédio Calcitran D3, também apreendido, ele informou que, pelo lote, o medicamento faz parte de uma carga roubada em São Paulo. Estamos aguardando o Boletim de Ocorrência”, explicou Jaime Brito, que se disse impressionado com as irregularidades encontradas na apreensão.
“Em treze anos trabalhando na área, é a primeira vez que vejo uma apreensão com tantas irregularidades. São medicamentos proibidos, sem autorização para serem vendidos e falsificados. Fora a suspeita de roubo de carga”, destacou.
Em relação aos medicamentos falsificados, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária acredita que as embalagens e bulas eram fabricadas no Recife.
O dono da casa onde a polícia encontrou os medicamentos foi levado para a Delegacia de Combate à Pirataria, na Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, onde prestou depoimento. A polícia ainda está à procura de Wagner Amâncio, que seria proprietário da farmácia interditada na segunda-feira e que utilizava o imóvel dos Torrões como depósito.
No fechamento da farmácia de Prazeres, a polícia prendeu os funcionários Rui da Silva Rafael, 46 anos, e Gilberto Fábio Fernandes Silva, 42, ambos funcionários do estabelecimento. Os dois foram autuados em flagrante por crime contra a saúde pública e tráfico de substância ilícita.
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