terça-feira, dezembro 13, 2011

Ação da OAB-PE acusa internauta de racismo contra nordestinos

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pernambuco entrou com pedido nesta segunda-feira (12) para que o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul investigue uma estudante que usou o Twitter para ofender nordestinos durante a última semana. A OAB do Ceará também manifestou intenção de entrar com queixa crime contra a jovem.

As mensagens foram postadas por uma pessoas que se identifica como Sophia Fernandes, de 18 anos - a investigação irá determinar se o perfil é verdadeiro ou é um pseudônimo usado para as ofensas. Os comentários causaram revolta na rede social e fizeram com que "Nordeste" e a hashtag #nordestinosimsenhor fossem parar nos assuntos mais comentados do Twitter.

Entre os comentários ofensivos, Sophia disse que o nordestino era "a própria sujeira" e que deveriam ser eliminados com câmara de gás. Ela também associou os nordestinos a macacos.

O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, disse à Folha Online que também irá acionar a Polícia Federal. "Os internautas precisam ter responsabilidade, não podem achar que as redes sociais estão à margem da lei, que são terra de ninguém", disse, declarando que a OAB não ficará omissa diante de casos assim.

Segundo Mariano, a internauta deve responder por racismo, crime que não se limita às ofensas causadas pela cor da pele. "Segregar um povo ou um grupo também é considerado racismo pela lei", explica.

Depois das ofensas, o perfil @sophiaofdreams foi hackeado.

Casos similares
Esta não é a primeira vez que ofensas a nordestinos no Twitter causam revolta e chegam aos temas mais comentados na internet. O caso de Mayara Petruso, no ano passado, é o mais famoso. A estudante de Direito usou sua conta no Twitter para ofender nordestinos depois da eleição da presidente Dilma Rousseff. "Nordestito não é gente, façam um favor a SP, mate um nordestino afogado", dizia a mensagem.

Este ano, dois casos parecidos tiveram repercussão. Na época da anulação das provas do Enem feitas pelos alunos de um colégio de Fortaleza o Twitter recebeu uma nova onda de comentários criticando a região. "Nordestinos de merda, que povinho inútil, putz", postou o usuário Rodrigo Rech. A usuária Niscole (@nickislla) foi além. "Se esses nordestinos fds aprontarem o que aprontaram esse ano no Enem ano que vem, eu jogo uma bomba nuclear lá".

Em maio deste ano, outro caso aconteceu depois de um jogo de Flamengo - torcedores irritados com a eliminação do clube da Copa do Brasil pelo time do Ceará começaram a atacar nordestinos.

A revolta contra as declarações preconceituosas teve início depois que uma torcedora rubro-negra, identificada na rede como Amanda Régis, disse: "Esses nordestinos pardos, bugres, índios acham que tem moral, cambada de feios. Não é atoa que não gosto desse tipo de raça".

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