Para tentar evitar o risco de caos aéreo no final de ano, o governo federal decidiu reduzir a distância entre as aeronaves no espaço aéreo. Com isso, aumenta a capacidade dos aeroportos, que deverão ter neste mês movimento 13,6% superior a dezembro do ano passado.O anúncio das diversas medidas foi feito no aeroporto de Guarulhos (SP) pelo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Mas, no mesmo instante, uma parte da estrutura da obra do novo terminal remoto em Cumbica desabou, deixando duas pessoas feridas. A obra estava prevista para ser inaugurada dia 20.
Em nota, a construtora Delta informou que "parte da estrutura auxiliar de sustentação dos dutos de ar condicionado cedeu na obra". Conforme a empresa, os dois feridos foram atendidos e liberados logo após o acidente e a situação foi normalizada. Em razão da queda, a construtora irá estudar a possibilidade de adiamento do cronograma da obra.
Durante o anúncio das medidas, Bittencourt disse que não será permitido o overbooking, serão reforçadas as equipes da Infraero e das companhias e implantados seis módulos operacionais no país, inclusive um em Porto Alegre (confira as medidas no quadro).
Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, subordinado ao Ministério da Defesa e ao Comando de Aeronáutica, os procedimentos para a redução da distância entre as aeronaves começaram em 20 de outubro e devem aumentar em 47% a capacidade nos principais centros de controle do país. Em vez de um padrão de operação de 10 milhas (16km) entre os aviões, deverá chegar a cinco milhas (8km).
Conforme Elton Fernandes, professor da Coppe/UFRJ e pesquisador do setor aéreo, a redução da distância entre aviões é uma medida tecnológica aplicada na Europa e nos EUA.
– Trata-se de modernização do sistema, que só traz vantagens ao transporte aéreo – resumiu o professor.
Espaço no aeroporto pode ser um fator limitador
Conforme o diretor-técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, Ronaldo Jenkins, a medida agiliza o fluxo de aeronaves. Porém, salientou que terá eficácia se for aliada ao maior espaço físico nos aeroportos:
– As soluções devem trabalhar dentro de um conjunto. O principal problema hoje é o espaço nos aeroportos.
Em dezembro, o movimento de passageiros no país deve ser 12% maior do que a média do ano. São esperados cerca de 16 milhões de embarques.
No Salgado Filho, a implantação de um novo módulo operacional irá aumentar a capacidade da sala de embarque. A área terá 20 check-ins compartilhados entre as companhias de maior movimento, três aparelhos de raio X e esteira de bagagem. Conforme o superintendente do aeroporto, Jorge Herdina, o anexo deverá ficar pronto para o público até o Natal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário