quarta-feira, dezembro 28, 2011

Dilma facilita entrada do Minha Casa em grotões às vésperas de ano eleitoral

De olho no calendário eleitoral e na montagem de parcerias com prefeituras, o governo federal ampliou a inclusão de beneficiários ao Minha Casa, Minha Vida e criou cotas para idosos e deficientes na segunda fase do programa habitacional (o Minha Casa, Minha Vida 2), que prevê a construção até 2014 de 2 milhões de residências para famílias que têm renda bruta entre R$ 1,6 mil e R$ 5 mil mensais.
De acordo com a Portaria 610 do Ministério das Cidades, publicada ontem no Diário Oficial da União e assinada às vésperas do ano eleitoral, quando serão renovados os mandatos dos prefeitos e dos vereadores dos 5.564 municípios, 110 mil unidades serão construídas em municípios com até 50 mil habitantes.
As cidades com até 50 mil habitantes são 4.986, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e representam 89,61% do total de cidades brasileiras. Do estoque de casas, as prefeituras deverão reservar 3% para os idosos e 3% para os deficientes ou para cujas famílias tenham integrantes nestas condições.
Do ponto de vista dos políticos, estes municípios enquadram-se no conceito de "grotões" - onde está o eleitorado que até 2002 rejeitou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva e só cedeu quando o PT apresentou como vice na chapa o empresário José Alencar, então no PR.
Lula fortaleceu o programa Bolsa Família, que se tornou um forte puxador de votos neste segmento eleitoral. Na eleição de Dilma Rousseff, em 2010, os "grotões" já se mostraram abertos a votar nos petistas.
De acordo com a portaria do Ministério das Cidades, as prefeituras e os Estados têm até sexta-feira (dia 30) para inscreverem projetos de construção das unidades habitacionais e se habilitarem a receber os recursos do governo federal.
Não é à toa que deputados e senadores chegam às vezes até a chantagear o Palácio do Planalto em votações importantes, exigindo em troca a liberação de emendas de autoria deles ao Orçamento da União que beneficiam municípios pequenos. As emendas costumam destinar recursos para a construção de ginásios de esporte, pontes e calçamentos de rua.

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