terça-feira, janeiro 10, 2012

Socorro à seca usa verba represada pela burocracia

No dia em que o Rio Grande do Sul ultrapassou a marca de meio milhão de pessoas afetadas pela seca, o governo federal autorizou o uso de R$ 18 milhões que estavam represados por causa da burocracia.
Foi o único anúncio em um dia em que os produtores atingidos pela seca esperavam por boas notícias dos governos federal e estadual que amenizassem os prejuízos nas lavouras de milho e de soja.
Em 2011, o governo federal havia priorizado os gastos de custeio das cidades que decretaram estado de emergência por conta da seca do verão passado, como Bagé. No entanto, dos R$ 20 milhões enviados para o Estado bancar cestas básicas e distribuir água em caminhões-pipa, somente R$ 2 milhões foram aplicados. Para evitar a devolução da diferença aos cofres do Tesouro, o Piratini pediu a intervenção do ministro da Agricultura.
Na manhã de ontem, Mendes Ribeiro Filho ligou para o governador em exercício Beto Grill. Na conversa, confirmou ter obtido aval do ministro da Integração, Fernando Bezerra, para usar os R$ 18 milhões restantes no combate à seca.
O chefe da Defesa Civil gaúcha, tenente-coronel Oscar Moiano, diz que os R$ 18 milhões do governo federal já estão em posse do Estado. Conforme Moiano, o dinheiro não foi usado na estiagem do ano passado porque tinha destinação específica para o socorro imediato aos municípios – para esse fim, os R$ 2 milhões teriam sido suficientes. O recurso é solicitado com essa finalidade para ser liberado com mais celeridade, não podendo ser utilizado para ações de prevenção ou recuperação. O pedido do governo para utilizar a verba agora, segundo Moiano, inclui a possibilidade de que ela seja usada também na resposta imediata a outros fenômenos, como enxurradas.
O secretário estadual de Obras, Luiz Carlos Busatto, tenta incluir o Estado no programa federal Água Para Todos, criado para combater a sede no Nordeste.

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