Depois das chuvas, está aberta a temporada de farra com a dispensa de licitações para compras de emergência e obras de reconstrução. Uma porta aberta, onde os vigias cochilam. Sem uma fiscalização sistemática pelo governo estadual e federal, a aplicação correta dos recursos fica mesmo por conta de cada prefeito. A Controladoria Geral da União, que fiscaliza a aplicação de recursos do governo federal, tem como metodologia o sorteio para a escolha de seus alvos e, até agora, apenas o Nordeste caiu na malha fina em relação a essas verbas. No Ministério Público Federal (MPF), somente dois municípios são investigados por suspeitas de desvio de recursos. Por sua vez, a apuração de possíveis irregularidades no Ministério Público estadual fica por conta de cada comarca e não há um esforço conjunto para todo o estado. Tampouco, a Defesa Civil tem controle sobre a forma de aplicação da verba que ajuda a liberar, orientando os municípios na elaboração dos projetos de construção.
A investigação, quando acontece, não é ligeira. O MPF iniciou recentemente apuração sobre a utilização de R$ 5 milhões pela Prefeitura de Itaúna, no Centro-Oeste de Minas. Porém, a suspeita de mau uso da verba pública ocorre quase três anos após a liberação do dinheiro, em 2009. Enquanto a suspeita é apurada, outra dúvida paira na administração do prefeito Eugênio Pinto (PT). A de que ele decretou estado de emergência este ano sem necessidade, para se valer do artifício de não licitar as obras.
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