Por meio do autoatendimento, grupos compram no varejo com preços de atacado, daí o nome ‘atacarejo’. O sucesso tem sido tanto, que as principais bandeiras já fincaram pé no Rio de Janeiro: a rede Assaí, do grupo Pão de Açúcar, e o Atacadão, do Carrefour. Enquanto não traz para o estado a marca Maxxi Atacado, o grupo Walmart oferece o Sam’s Club — clube de compras que também tem preços de atacado.
“Neste formato, 20% do sortimento dos produtos atende à maioria da população. Como o foco desse segmento é em cima dos volumes, ele tem sido uma grande vantagem para as famílias das classes D e E”, explica Quintarelli.
Mudança de público
Com 10 lojas no Rio, a rede Assaí oferece preço médio 15% mais baixo em relação ao que é praticado por hipermercados. A caixa com 24 unidades do creme dental Oral B 90 gramas, por exemplo, sai 20,13% mais barata, em face do valor cobrado para cada tubo de pasta no varejo.
“Boa parte do nosso público ainda é o comerciante ou proprietário de pequena empresa. Mas cresce a presença do consumidor final, que obtém vantagem muito grande no valor total da compra do mês”, explica o diretor de Atacado Autosserviço da rede Assaí, Belmiro Gomes.
No Sam’s Club, a cesta básica (R$ 232,48) tem custo, em média, 11,6% menor do que a média analisada pelo Dieese (R$ 262,90). A análise considera valores de dezembro.
Para duas famílias grandes, descontos ainda maiores
Os amigos Valcir de Araújo, 54 anos, e Rosângela Lopes, 43, decidiram fazer compras em conjunto para aproveitar os preços mais em conta no Assaí da Rua Uruguai, na Tijuca. “O desconto é grande quando compramos em mais quantidade. Como temos famílias grandes, rende mais”, justificou Rosângela.
Ao lado de sua mãe, Severina Estevão dos Anjos, 54 anos, Ana Cristina Alexandre, 30, afirma que chega a ir ao atacado pelo menos duas vezes por mês, para renovar o estoque. “A gente acaba se organizando no orçamento para fazer as compras da família e dos amigos num único local”, explicou Ana, com o carrinho de compras cheio de produtos.
Para Severina, os preços são bons tanto para os produtos industrializados quanto para os do setor de verduras e legumes. “Vale a pena”, observa a cliente.
Varejistas entram na briga por clientes
De olho na nova classe média, hipermercados recorrem às promoções diárias ou relâmpago — aquelas que acontecem em determinados horários, para itens específicos. A estratégia de reduzir preços de surpresa atrai clientela.
“A nova classe C, público com mais dinheiro no bolso, busca uma maior diversidade de produtos”, explica o consultor Marco Quintarelli, do Grupo AZO.
Supermercados como Guanabara, Cristal, Novo Mundo e Mundial oferecem descontos em centenas de itens. Em especial para quem frequenta semanalmente as lojas, as ofertas representam uma boa economia na conta. “O segmento de varejo pode ser dividido em premium, luxo e competitividade”, destaca Quintarelli.
Uma das táticas dos supermercados para manter competitividade é usar encartes, que divulgam produtos e preços da semana e são distribuídos de porta em porta ou nas entradas das lojas. “Sou fã dos encartes e sempre pesquiso o menor preço, para depois comprar”, conta a secretária Rosana Pacheco.
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