quarta-feira, junho 13, 2012

Brasil desenvolve vacina inédita

O Brasil acaba de conquistar lugar de destaque entre os países capazes de desenvolver vacinas com grande impacto na saúde pública. Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) criaram a primeira vacina capaz de evitar a esquistossomose, doença também chamada de barriga d"água e que atinge 200 milhões de pessoas no mundo. O IOC anunciou ontem no Rio a aprovação do imunizante, na primeira fase de testes com seres humanos, que garantem sua segurança e capacidade de induzir proteção. Agora, os cientistas partem para os testes em crianças e esperam oferecer o produto à população em até quatro anos. O feito traz esperança de erradicar a segunda doença parasitária mais devastadora do mundo, atrás apenas da malária, na classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS). A vacina - primeira completamente desenvolvida e patenteada por brasileiros - é também pioneira no combate a helmintos, parasitas ontra os quais acreditava-se não ser possível produzir imunizantes, pois as substâncias que os afetam também costumam atacar tecidos humanos. Normalmente, os imunizantes disponíveis no mercado têm como alvo vírus e bactérias. As doenças provocadas por esse tipo de verme infectam mais da metade da população do planeta, de acordo com a pesquisadora que coordenou o projeto, Miriam Tendler. A vacina se mostrou eficaz contra fasciolose, uma verminose que afeta gado, e pode ser usada como base para criar vacinas para outras doenças humanas causadas por helmintos. O estudo, iniciado há 30 anos, isolou nos anos 90 a proteína-base da vacina, a Sm14, responsável por transportar lipídios do hospedeiro para o parasita, o que lhe garante energia para viver. Essa proteína estimula a produção de anticorpos que atacam o parasita. Sem energia, ele morre sem produzir novas larvas que contaminariam o meio ambiente por meio das fezes do caramujo hospedeiro.

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