quarta-feira, junho 13, 2012

Efeito da crise deve durar mais 2 anos, prevê BC

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, advertiu ontem que os efeitos da crise internacional poderão durar mais dois anos, submetendo a economia global a um longo período de incerteza e baixo crescimento. "Teremos ao longo dos próximos trimestres, e quem sabe dos próximos dois anos, um cenário ainda caracterizado pela volatilidade dos mercados internacionais e crescimento mais baixo do que se esperava há alguns trimestres", afirmou, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Foi a primeira vez que o presidente do BC foi mais específico em relação à duração estimada dos impactos da turbulência internacional. Se a previsão de Tombini se confirmar, a presidente Dilma Rousseff terá enfrentado quatro anos de baixo crescimento ao chegar ao fim do mandato, em 2014, quando poderá concorrer à reeleição. Tombini disse que, do início do ano para cá, a economia europeia teve uma "recaída" com a dívida grega e os questionamentos sobre o sistema financeiro na Espanha. Ele mostrou aos parlamentares projeções externas que apontam para um crescimento global de 2,3% neste ano, abaixo dos quase 3% esperados no final do ano passado. No caso dos EUA, Tombini disse que a perspectiva é de expansão "moderada". Sobre a China, afirmou que o país tem como administrar um "pouso suave" da economia. Tombini voltou a repetir que a crise externa ajuda a conter a inflação no Brasil e manteve a expectativa de uma retomada da atividade doméstica no segundo semestre. "Teremos um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] mais forte, pela série de estímulos que a economia já recebeu", afirmou.

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