quarta-feira, julho 24, 2013

A teologia da reconciliação

A passagem do papa Francisco pelo país reacende a luz dos adeptos da Teologia da Libertação no Brasil, abafada pelos dois pontífices anteriores, João Paulo II e Bento XVI. Padres escanteados e perseguidos por defenderem ideais progressistas e conceitos teológicos que dialogam com a justiça social comemoram. Muitos falam em redenção. Ninguém tem dúvidas de que o líder religioso, por meio de gestos, aponta para um caminho menos rígido, com mais diálogo e ações mais inclusivas. Mesmo sem utilizar códigos e rótulos para evitar atritos com a ala mais conservadora da Igreja, Francisco abraça um dos principais princípios da corrente: a opção preferencial pelos pobres. Expoente da Teologia da Libertação no Brasil, o escritor e teólogo Leonardo Boff acredita no apelo de Francisco de Assis para que “os padres tenham o cheiro de ovelha e não o perfume das flores no altar”. Para ele, os pobres, agora, estão colocados no centro. “O papa já disse que prefere uma Igreja Católica acidentada porque foi à rua a uma instituição doente e asfixiada porque ficou dentro do templo. A intuição básica dele está sendo uma assumida opção pelos pobres, contra a pobreza”, explica Boff. Ele ressalta que o pontífice pertencia a uma tendência própria da Argentina que sempre colocou as favelas no centro das atenções. “Toda pregação dele e a reforma do papado vão na linha daquilo que a Teologia da Libertação preconiza. Portanto, a Igreja se aproxima dos movimentos sociais de base, dos sem-teto, dos índios, dos negros, das crianças e dos círculos bíblicos. São métodos da Teologia da Libertação”, avalia.

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