Fundamentado em 56 páginas e assinado pelos advogados Sérgio Habib, Rosa Sales e Fabiano Pimentel, o pedido de anulação alega que o Ministério Público mudou a acusação ao longo do processo sem dar à defesa o tempo garantido pela lei. E ressalta: "Narra, ainda, a denúncia que a Acusada saíra de uma transversal da Avenida Oceânica, denominada Rua Morro do Escravo Miguel, tentando de imediato tomar a pista da esquerda, e teria, supostamente, “fechado” as vítimas, que trafegavam a bordo de uma motocicleta na Avenida Oceânica, sentido Barra/Rio Vermelho, o que fez com que o piloto Emanuel Gomes Dias protestasse contra a atitude imprudente da Paciente, batendo na lateral do carro desta, e seguido em frente, próximo ao meio fio da margem direita da via, deixando o carro para trás, ação que supostamente teria feito com que a Paciente imprimisse velocidade ao veículo e com intenso “animus necandi” [Termo em latim que significa dolo, vontade. É a intenção de matar, ou seja, de tirar a vida de outra pessoa], teria se aproximado da moto, arremessando seu carro contra o fundo desta, projetando as vítimas contra um poste, matando-as, por consequência, ação que, segundo ainda a denúncia, impossibilitara qualquer manobra defensiva do piloto Emanuel". Foi essa acusação que levou à prisão da médica por 2 meses, mas de acordo com Sérgio Habib, Rosa Sales e Fabiano Pimentel, o Ministério Público "em momento algum da denúncia" descreveu o motivo do crime. "Não há sequer menção ao suposto 'motivo torpe'", levantado pelo MP durante as alegações finais, no dia da audiência da médica.
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