Pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves tem entre os seus assessores de confiança um dos principais personagens do mensalão tucano. O jornalista e publicitário Eduardo Guedes, 52, um dos réus do processo, atua nos bastidores e na etapa inicial da campanha do político como um de seus mais próximos conselheiros. Antigo colaborador das campanhas eleitorais dos tucanos em Minas Gerais, Guedes é também um dos sócios da Pensar Comunicação Planejada, empresa contratada para prestar consultoria de comunicação ao PSDB, presidido por Aécio Neves. Na peça em que pede a condenação do ex-governador de Minas e atual deputado Eduardo Azeredo (PSDB) a 22 anos de prisão, a Procuradoria-Geral da República afirma que Guedes determinou à Copasa, a Comig e ao Bemge, órgãos estaduais, que dessem R$ 3,5 milhões (R$ 9 milhões nos valores de hoje) a SMP&B para patrocínio de evento esportivo. À época, Guedes era secretário-adjunto de Comunicação do governo mineiro. Segundo as investigações, ele agiu a pedido de Azeredo. O valor dos repasses, de acordo com a Procuradoria, acabou sendo desviado pelo esquema. Com esse dinheiro, o empresário Marcos Valério, da SMP&B, forjou empréstimos fraudulentos para justificar o seu uso na campanha à reeleição de Azeredo, em 1998, afirma a Procuradoria. Esquema semelhante foi usado por Valério, anos depois, no mensalão do PT, motivo pelo qual o empresário acabou condenado no STF (Supremo Tribunal Federal). Os ofícios assinados por Guedes determinando os repasses são o que os juristas chamam de "ato de ofício", que comprovaria o crime.
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