O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, está oferecendo à Justiça Federal do Paraná fazer um depoimento em regime de delação premiada, quando falaria tudo o que sabe sobre contratos com a Petrobras. Nesta sexta-feira, Paulo Roberto Costa se reuniu com a advogada Beatriz Lessa da Fonseca Catta Preta na sede Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso, e a acertou que vai encaminhar o pedido formalmente. O doleiro Alberto Youssef, outro preso durante a operação Lava-Jato, também deve aderir à delação premiada nos próximos dias. A decisão deve ser anunciada na segunda-feira, segundo o advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto. — Não recomendo essa estratégia. Acho que ainda há teses processuais que podem ser esgotadas. Mas isso demoraria muito tempo, e ele esperaria preso — disse Basto ao GLOBO. — Desaconselho o acordo com a Justiça, mas compreendo completamente. Conversei muito com meu cliente hoje, e uma decisão deve sair na segunda-feira. É uma decisão pessoal. A decisão tomada por Paulo Roberto da Costa descontentou seu atual advogado, Nélio Machado, que soube da delação nesta sexta-feira. — Não concordo com a decisão da delação premiada e por isso pretendo deixar a causa. Afinal, ontem (quinta-feira) ainda impetrei habeas corpus pedindo a libertação do meu cliente e acredito que não cometeu nenhum crime e por isso não posso concordar com a delação premiada — disse Nélio Machado ao GLOBO. A advogada Beatriz Catta Preta, que se reuniu com Costa nesta sexta, é especialista em delação premiada. O GLOBO não conseguiu falar com ela no escritório e nem em sua casa. Com a delação premiada, Paulo Roberto Costa pode negociar redução de pena e até pedir que seus parentes, como filhas e genros, não sejam envolvidos nos processos que ele responde. O ex-diretor da Petrobras percebeu que pelo encaminhamento das ações contra ele, dificilmente deixará de ter pesadas condenações. Ele estaria disposto a falar tudo o que sabe, o que deve envolver outros dirigentes da Petrobras e também de políticos que teriam se beneficiado pelo esquema que ele montou. Além de Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef também está indiciado no esquema que movimentou mais de R$ 10 bilhões.
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