Um vídeo encontrado no celular do pai do menino Bernardo, assassinado em abril, aos 11 anos, foi apresentado pela Polícia Civil ao juiz Marcos Luis Agostini durante audiência realizada nesta terça-feira no Foro de Três Passos (RS). O material, segundo a delegada Caroline Bamberg Machado, contém imagens da madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, e do pai, o médico Leandro Boldrini, ameaçando e agredindo Bernardo dentro de casa. Em uma das cenas, o médico aparece dopando o filho, que fica "grogue" após tomar um remédio sob orientação do pai, conforme a delegada. "(O vídeo) Mostra como o Bernardo era tratado dentro de casa", disse a delegada. O material havia sido apagado do aparelho e foi recuperado por técnicos do Instituto Geral de Perícias da Polícia Civil gaúcha. A delegada foi a primeira da série de 77 testemunhas que o juiz vai ouvir na fase de instrução do processo. O inquérito da Polícia Civil e a denúncia do Ministério Público apontam o pai do menino como mentor do crime. Graciele foi denunciada como executora do plano, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o motorista Evandro Wirganovicz são acusados de cumplicidade. Todos estão presos. O pai e a madrasta recorreram ao direito de não ir à audiência. Os irmãos Wirganovicz foram e ouviram vaias e palavrões de um grupo de dezenas de pessoas na entrada do fórum. Durante a briga registrada no vídeo, segundo o jornal gaúcho Correio do Povo, a madrasta diz a Bernardo que ele teria o mesmo destino da mãe, que se suicidou em 2010. O jornal gaúcho Zero Hora transcreveu uma frase dita pela madrasta na ocasião: "Vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro". Ao todo, estão arroladas para prestar depoimento 25 testemunhas de acusação e 52 de defesa. Ao final, serão tomados os depoimentos dos réus e colhidas as alegações finais das partes. O juiz decidirá então pela absolvição, condenação ou encaminhamento para o Tribunal do Júri. Não há data prevista para o final do processo. (Veja)
Nenhum comentário:
Postar um comentário