sexta-feira, outubro 03, 2014

Diesel puxa retração do consumo de combustível

Um dos setores que vinham apresentando maior resistência à retração econômica, a distribuição de combustíveis começa a dar sinais de desaceleração este ano. A queda no ritmo é puxada, principalmente, pelo mercado de óleo diesel, diretamente ligado ao desempenho do transporte de cargas do país. Depois de apresentar um crescimento de 4,2% no primeiro trimestre, as vendas de diesel estagnaram em julho e agosto. Se, por um lado, o cenário é prejudicial aos ganhos das empresas do setor, por outro pode ser positivo para a Petrobras e para abalança comercial, que vêm sofrendo com o aumento recorrente das importações. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o mercado brasileiro consumiu 591,5 milhões de barris de combustíveis em 2014. O volume é 4,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, impulsionado principalmente pelo mercado de gasolina. Os dados, porém, mostram desaceleração ao longo do ano: no primeiro trimestre, a alta era de 6,2%; entre julho e agosto, caiu para 4% (a estatística de setembro ainda não foi divulgada pela agência). No caso do diesel, a taxa de crescimento cai, no mesmo período, de 4,2% para zero. O consumo de gasolina, de fato, continua sustentando o crescimento do mercado de combustíveis no país. Mas também em ritmo inferior ao registrado no início do ano: no primeiro trimestre, as vendas cresceram 9,2%. Já entre agosto e setembro, a alta é de 4%. O consumo de querosene de aviação apresenta trajetória semelhante: a taxa de crescimento caiu de 4,7% no primeiro trimestre para 3% entre julho e agosto. Segundo executivos do setor, a percepção de retração no mercado de combustíveis se acentuou a partir do início da Copa do Mundo, em junho. A desaceleração das vendas é boa notícia para a Petrobras em um momento em que a desvalorização cambial amplia a defasagem dos preços dos combustíveis com relação às cotações internacionais.

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