terça-feira, dezembro 30, 2014

Ministro da Defesa, Wagner quer botar água limpa na ditadura

Futuro ministro da Defesa, o governador Jaques Wagner (PT) cumpriu, nesta segunda-feira, 29, o seu último ato administrativo antes da transmissão do cargo para o sucessor Rui Costa (PT), no dia 1º de janeiro, ao receber o primeiro relatório da Comissão Estadual da Verdade na Bahia (CEV-BA). Wagner disse que a revisão da história é um processo irreversível, mas alertou que a defesa da democracia deve ser feita com “coragem e parcimônia”, porque “"a democracia está sempre sendo ameaçada"”. Ele sugeriu que em 2015 haja uma grande comemoração nacional pelos 30 anos ininterruptos de vigência da democracia no Brasil. O governador recebeu dos integrantes da comissão a proposta de revogação ou reinterpretação da Lei de Anistia e a punição para torturadores e responsáveis pelo sumiço e ocultação de cadáveres durante o regime militar (1964-1985). Mas preferiu não se comprometer, dizendo que a questão não está no âmbito do Ministério da Defesa. Comparando a Defesa, pasta que comanda as Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), a um transatlântico -– "“portanto não admite cavalo de pau" -”–, o futuro ministro se valeu de uma metáfora para dizer que a “"água suja"” deixada pela ditadura pode ser lavada de duas maneiras: derramar a água e colocar água nova, ou ir colocando água limpa devagar até a água suja ir clareando por completo. "“E todo mundo que me conhece sabe que meu jeito de tocar as coisas é da segunda forma"”, disse o governador, reconhecendo, por outro lado, ser esta uma maneira "“mais sofredora"” para os parentes e os amigos dos que morreram e desapareceram.

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