A presidente Dilma Rousseff decidiu fazer a cerimônia mais discreta possível para receber, amanhã, o relatório da Comissão Nacional da Verdade, que investigou crimes da ditadura militar. Os seis integrantes do colegiado devem entregar a papelada em sua sala, no Palácio do Planalto, sem a presença de convidados nem da imprensa. A comissão discute agora em que lugar dará entrevista. O relatório, que será entregue a Dilma às 9h, estará disponível na internet a partir do meio-dia. Integrantes da comissão ficaram frustrados com a notícia de que Dilma, ao menos até ontem, tinha optado pela reunião "clandestina". Em 2012, o ânimo era outro. Ela organizou a cerimônia de instalação da comissão em Brasília com todos os ex-presidentes vivos: José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Lula. Ex-guerrilheiros, familiares de desaparecidos e ativistas de direitos humanos lotaram o Planalto. Militares, inclusive da ativa, têm manifestado a lideranças civis --entre outras, Fernando Henrique Cardoso-- inquietação em relação ao relatório da comissão. Quando questionados pela coluna sobre o tema, os comandantes do Exército e da Aeronáutica foram lacônicos. "Eles [comissão] cumprem a lei", disse o tenente-brigadeiro Juniti Saito. "Será o caso?", disse o general Enzo Peri sobre a possibilidade de os militares se manifestarem. No círculo próximo a Dilma a explicação é a de que ela optou por evento discreto para não "roubar a cena" da comissão. (Mônica Bergamo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário