A reabertura do Hospital Manoel Novaes neste domingo (23.08) somente foi possível após uma avaliação criteriosa de cada um dos 55 recém-nascidos internados, com prescrição de altas hospitalares orientadas, com detalhamento do contexto de superlotação às famílias e compromisso mútuo de acompanhamento diário do bebê no Ambulatório de Neonatologia de Alto Risco do Hospital. Nesta segunda-feira (24.08), o Serviço contabiliza um total de 45 RNs internados, número que extrapola os 30 leitos de Alta Complexidade credenciados. O contexto para a decisão radical de fechamento da Unidade no último sábado (22.08) deu-se na necessidade de garantir assistência em condições mínimas de segurança aos 55 Recém-nascidos de alto risco internados no Serviço de Neonatologia, tendo sido necessário, portanto, o recrutamento de médicos e profissionais de enfermagem de Emergência para garantir o suporte necessário aos internados. Causas permanentes - A causa que motiva a caracterização de um cenário de permanente superlotação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal no Hospital Manoel Novaes é multifatorial, justificando-se principalmente na fragilidade do Serviço de Pré-natal, o que tem ocasionado a elevação considerável de casos de prematuridade com alto risco para mãe e bebê. Ainda soma para este contexto o fato de a UTINeonatal do HMN constituir-se o único serviço desta natureza credenciado pelo SUS para a Macro Região Sul da Bahia, que conta com aproximadamente 2 milhões de habitantes e 157 municípios pactuados. Específico ao Hospital Manoel Novaes, mas amparado em um contexto nacional, ainda observa-se como causa do atual colapso do Serviço a falta de recursos humanos, principalmente profissionais Pediatrias e Neonatologistas, e a limitação das condições técnicas de assistência, tendo em vista que os cuidados intensivos requerem planejamento e alto investimentos em tecnologia para suporte à vida. Destaca-se que, diversas foram as tentativas de reavaliar o modelo de gestão do Serviço de Neonatologia e Obstetrícia de Alto Risco para a região, com caracterização clara da eminência de colapso da assistência, situação amplamente divulgada com os diversos comunicados de suspensão de atendimento por superlotação realizados nos últimos seis meses. Nesta linha, a instituição mantém-se aberta à ampla discussão e busca de alternativas para solucionar a crise instalada no serviço de Neonatologia de Alto Risco na região Sul da Bahia.
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