O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), demonstra não ter pressa para analisar os pedidos de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Frustra, assim, o calendário da Frente Pró-Impeachment, que pensava em recorrer ao plenário nas próximas semanas contra eventual decisão do presidente de arquivar algumas iniciativas. "Não tem [prazo estabelecido para análise de impeachment]", diz Eduardo Cunha. Se o presidente da Câmara dos Deputados não examina os pedidos, eles ficam na gaveta até que ele decida o contrário. A calma de Cunha estaria ligada à falta de consenso no PMDB para as condições de adesão ao afastamento de Dilma. As negociações internas, no entanto, seguem a pleno vapor. "Estamos conversando", informou, por exemplo, o senador Romero Jucá (PMDB-RO) a interlocutores nos últimos dias. Ele é entusiasta do impedimento da presidente. Outra variável na discussão interna do PMDB é o conteúdo das delações premiadas de Nestor Cerveró e de Fernando Baiano, ainda em segredo de Justiça. Até mesmo o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), teria sido citado por eles na Lava Jato. Temer nega conhecer Baiano. Confirma reunião com Cerveró, mas nega o conteúdo relatado por ele sobre conversa que envolveria um achaque de peemedebistas para mantê-lo na Petrobras. O governo federal cancelou a compra de utensílios de prata para as cozinhas dos palácios da Presidência. A Secretaria-Geral alegou "redução de gastos" para revogar o pregão de R$ 215 mil. A concorrência, noticiada pela coluna na quinta (10), previa a aquisição de itens como 22 "réchauds" (recipientes para manter a comida quente) orçados em mais de R$ 4.300 cada um e cinco espátulas para bolos com preço unitário de R$ 1.166. (Mônica Bergamo)
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